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Uma iniciativa que se mostra promissora, de acordo com o coordenador de Saúde Mental, Álcool e Drogas do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Delgado, é a implantação dos Consultórios de Rua. O projeto surgiu em Salvador (BA), em 1999, e hoje funciona em 14 cidades brasileiras, entre elas Curitiba, com um investimento de R$ 700 mil.

O Consultório de Rua é uma equipe volante, com profissionais de saúde mental, atenção básica e assistência social, de níveis superior e médio, que realizam atividades terapêuticas e lúdicas em praças e outros locais onde os usuários de drogas se concentram. Estabele­­cido um vínculo de confiança, a equipe os encaminha para os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e outras instituições de apoio e tratamento da rede existente.

O maior desafio do projeto é justamente a construção desse vínculo com os usuários. Essa quebra de resistência ocorre de uma forma muito lenta, é variável de grupo para grupo e de uma pessoa para outra dentro de um mesmo grupo. "Às vezes levamos meses na construção de um relacionamento para daí partimos para alguma ação de ajuda prática", afirma a psicóloga Mirian Gracie Plena, que coordenou os trabalhos do Consultório de Rua da capital baiana entre os anos de 1999 e 2006. A ideia nascida da cabeça do coordenador do Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas da Universidade Federal da Bahia (Cetad), Antônio Nery Alves Filho. "Levamos nossos ouvidos, alma e conhecimento técnico para essas pessoas", sintetiza a assistente social Andréa Leite, atual coordenadora executiva do Consultório de Rua que, com o patrocínio direto da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas da Presidência da República (Senad), está formando novas equipes em Salvador e também em Camaçari e Lauro de Freitas, cidades da região metropolitana.

Em contrapartida, os municípios têm de dar um local sede para equipe – de preferência dentro da rede de atendimento a dependentes químicos – e contratar pessoas para a formação de equipes como parte do quadro efetivo da prefeitura. Os coordenadores das equipes estão sendo treinados pela Senad entre hoje e amanhã. "Na sequência treinarão as equipes, aproveitando também para reunir pessoas da rede de atendimento locais, como agentes de saúde e lideranças comunitárias, para uma melhor articulação dessa rede." A expectativa é que as equipes estejam trabalhando em no máximo três meses. "Após 12 meses, uma série de materiais e equipamentos de terapia comprados pela Senad para o projeto serão doados aos municípios para que o trabalho continue", frisa Andréa.

Em Curitiba, o projeto funciona há cerca de um mês e meio e colhe bons resultados, segundo a coordenadoria de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde. Mais detalhes não foram passados pela equipe porque o vínculo de confiança com o público atendido ainda está sendo formado e qualquer divulgação antes da hora poderia pôr em risco o trabalho, que ainda está em estado embrionário.

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