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 | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

As aulas voltaram ao normal nesta segunda-feira (28) para cerca de dez mil alunos na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e nos prédios ocupados da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Cerca de 5,5 mil jovens estudam na UTFPR e 55 mil na UFPR, mas os atingidos nessa instituição não passam de 5 mil, de acordo com informações levantadas pela Gazeta do Povo. As ocupações na UFPR iniciaram no dia 24 de outubro no prédio Dom Pedro I, na Reitoria, e nove locais chegaram a ser ocupados pelos alunos. Já o prédio central da UTFPR foi tomado no dia 18 de dezembro.

As atividades administrativas e acadêmicas na UTFPR recomeçaram no último sábado (26), depois da reintegração de posse da sexta-feira (27), mas serão retomadas em larga escala nesta segunda-feira (28). Os policiais federais retiraram 54 estudantes do prédio, entre alunos da instituição, secundaristas e apoiadores. Desde então, a entrada de servidores e estudantes é autorizada somente com identificação por meio de crachá institucional e ocorre pela portaria da Avenida Sete de Setembro (prédio da Engenharia).

O calendário acadêmico da UTFPR será debatido ao longo dessa semana. A equipe pedagógica vai se reunir entre esta segunda (28) e terça-feira (29) para estabelecer um calendário oficial pós-paralisação, em relação a provas, apresentações de trabalho e até mesmo defesas de trabalhos de conclusão de curso (TCC). Os alunos serão informados dos novos horários.

De acordo com Sandroney Fochesatto, pró-reitor de planejamento da UTFPR, as aulas retornaram tranquilamente no sábado (26) e a expectativa é pelo fim das animosidades ao longo dos próximos dias. “Nós temos um número menor de aulas no sábado (26), mas o clima foi normal. Também já circulei na universidade na manhã desta segunda-feira (28) e ao que tudo indica o clima é de tranquilidade. Vamos estabelecer um diálogo com as unidades acadêmicas para ver se abrimos uma conversa com os alunos a fim de evitar conflitos ou se isso não será necessário”, afirma.

De acordo com o pró-reitor, a UTFPR e a Polícia Federal (PF) estão finalizando um laudo comum sobre a situação do prédio, que deverá ficar pronto nos próximos dias. No Facebook, o movimento Ocupa UTFPR fez um balanço positivo da ocupação. “O que fica é a certeza da nossa coragem que nos fez resistir 1 semana em uma das universidades mais conservadoras, machistas e racistas do Brasil, sendo atacados diariamente, não somente nós ocupantes, mas também os apoiadores”, diz o texto.

UFPR

Já as desocupações dos prédios da UFPR se encerraram neste domingo (27). Todas elas foram pacíficas. Os edifícios que foram liberados por último foram o prédio de Artes, no bairro Batel, e o Setor Litoral, em Matinhos. Os prédios Dom Pedro I e Dom Pedro II (Reitoria), Educação Física (Jardim Botânico), Setor de Ciências Exatas (Politécnico), Bigarella/Setor de Ciências da Terra (Politécnico), PA e PC (Politécnico) foram os primeiros a serem desocupados, entre quinta-feira (24) e domingo (27).

Os pedidos de reintegração de posse e interdito proibitório partiram da própria UFPR e foram acatados por decisão do juiz Friedmann Anderson Wendpap, da 1.ª Vara da Justiça Federal. A decisão implicaria em multa de R$ 500 por hora em desfavor de cada ocupante, que viria a ser identificado.

Ao longo da semana, o Conselho Universitário (Coun) se reunirá novamente para definir o calendário de reposição de aulas. Na semana passada, o mesmo colegiado reconheceu as manifestações da comunidade acadêmica como legítimas e votou uma moção contra a PEC do Teto e a MP do Ensino Médio por entender que essas medidas podem trazer prejuízo à instituição, carreiras de áreas de licenciatura e à Educação.

Já o movimento Ocupa UFPR disse em sua página no Facebook que seguirá com o protesto. “Teremos piquetes, atos, oficinas, aulas públicas e muita mobilização”, informa o movimento. Na semana passada, estudantes universitários trancaram a BR-277, no sentido Litoral, na altura do shopping Jardim das Américas, por dois dias seguidos. A mobilização, segundo os alunos, seguirá até a votação da PEC do Teto no Senado, o que deve ocorrer na segunda semana de dezembro.

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