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Um transmissor portátil promete facilitar, e muito, a vida dos deficientes visuais que precisam se locomover pela cidade de ônibus. O DPS2000, fabricado pela Geraes Tecnologias Assistivas, será lançado no 3.º Congresso Muito Especial de Tecnologia Assistiva e Inclusão Social das Pessoas com Deficiência do Rio de Janeiro, que vai até o dia 26 no Centro de Convenções SulAmé­rica, na Cidade Nova, no Rio de Janeiro. O equipamento, do tamanho de um celular, permite ao passageiro sinalizar o pedido de embarque ao motorista por meio de uma tecnologia de radiofrequência.

Para usar o aparelhinho, basta o deficiente visual — ou outra pessoa que necessite do sistema, como idosos e cadeirantes — programar, por meio de um menu de áudio, as linhas que costuma usar no dia a dia. Quando estiver no ponto de ônibus, o usuário aciona o número desejado com um botão direcional, de modelo semelhante aos dos videogames. É, então, enviado para o veículo um sinal de rádio, captado por um aparelho receptor.

Ao se aproximar do ponto, o coletivo emite um anúncio sonoro da sua chegada. "Quando acionado, o aparelho emite um sinal de rádio para todos os ônibus. O equipamento receptor da linha escolhida vai identificar e avisar ao motorista, com um sinal luminoso e sonoro, que há um passageiro especial aguardando a, pelo menos, cem metros de distância", explica o engenheiro do sistema, Adriano Assis.

Teste

A prefeitura de Jaú, no interior de São Paulo, foi a primeira a adotar a tecnologia, comprando 50 aparelhos portáteis e 61 receptores para todos os ônibus do município. O aparelho receptor é vendido por R$ 700, enquanto o transmissor sai por R$ 300.

O dispositivo foi patenteado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi criado pelo inventor Dácio Pedro Si­­mões e pelo pesquisador Julio Cesar David de Melo, do Labo­ratório de Sistemas Inteligentes da Escola de Engenharia da UFMG e sócio da Geraes Tecno­logias Assistivas.

Marcus Scarpa, presidente do Instituto Muito Especial, que organiza o congresso no Rio, diz acreditar na viabilidade da in­­venção. Para ele, o sistema também pode revolucionar a vida de idosos, analfabetos e pessoas com baixa visão: "Ele tem aplicabilidade prática, é extremamente viável. O sistema beneficia uma camada excluída, de pessoas cegas que dependem de terceiros para orientá-las. Mas só os governos podem tornar sua adoção obrigatória".

De acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000, 14,5% da população brasileira tem algum tipo de deficiência — pelo menos a metade é de deficientes visuais.

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