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Um aplicativo para telefone celular idealizado em Cascavel, no Oeste do Paraná, se tornou uma importante ferramenta no combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, zika vírus e febre chikungunya. Com ele é possível que qualquer cidadão denuncie às autoridades sanitárias, em tempo real, locais com acúmulos de lixo, água parada e outros entulhos que possam se transformar em focos do mosquito. O aplicativo Radar Cidadão já está sendo utilizado por algumas prefeituras do Paraná como Cascavel, Curitiba, Paranaguá, Ubiratã e Londrina.

A cidade de São Miguel (RN) foi a primeira fora do Paraná a fazer o uso da plataforma. Na próxima terça-feira (12) ocorrerá uma reunião com autoridades de saúde de 37 municípios do Rio Grande do Norte que pretendem utilizar a ferramenta. O estado vive uma epidemia de casos de microcefalia relacionada ao zika vírus. Mais de 170 bebês foram diagnosticados com microcefalia no estado potiguar.

A ideia de usar o aplicativo para auxiliar as autoridades sanitárias partiu de três profissionais que trabalham com comunicação e tecnologia. Fernando Hallberg, Jefferson Lobo e Anselmo Battisti são os responsáveis pelo trabalho que ganhou simpatia da 10.ª Regional de Saúde que pretende incorporar a ferramenta nos 25 municípios de sua área de abrangência. “A gente tem cada vez mais usado essas ferramentas para o bem da população porque hoje está todo mundo conectado”, diz Hallberg. Ele lembra que, muitas vezes, as pessoas têm receio em ligar para apresentar uma denúncia e se sentem mais a vontade para fazê-la virtualmente. “A gente não considera como uma denúncia, mas relato de um problema”, afirma.

O uso do aplicativo é fácil e não tem custo para o usuário nem para os municípios, basta baixá-lo na Play Store. Os responsáveis pelo aplicativo explicam que a plataforma também pode ser usada para outras denúncias relacionadas ao serviço público, mas o foco principal é o combate ao Aedes aegypti. Cabe às prefeituras que aderem ao serviço apenas divulgar o aplicativo à população.

O Radar Cidadão está disponível para qualquer telefone com sistema operacional Android. O usuário pode fotografar o problema e automaticamente o sistema Google Maps identifica o local. Ao enviar a reclamação, ela cai em uma central na empresa Webgenium, que desenvolveu o aplicativo, e de lá é encaminhada para o e-mail do serviço de controle de endemias do município do usuário. O sistema permite também que a reclamação caia automaticamente nas ouvidorias das prefeituras.

Jefferson Lobo explica que se não houver sinal de internet no telefone, o usuário tem a opção de mandar posteriormente de qualquer computador pelo endereço www.radarcidadao.com.br .Basta abrir uma ocorrência e enviar a imagem com a mensagem. Cidades com população acima de 80 mil moradores já foram cadastradas na página, mas qualquer município brasileiro pode fazer uso da ferramenta. “O administrador tem a oportunidade inclusive de melhorar a imagem da gestão atendendo essas pequenas demandas”, explica Lobo.

Todos os municípios brasileiros podem utilizar o aplicativo sem custo, desde que tenham sinal de internet via telefonia celular. Basta solicitar a habilitação do sistema aos gestores do Radar Cidadão acessando o site do programa. Além de georreferenciar as denúncias cadastradas, o sistema aperfeiçoa o trabalho dos agentes de endemias. Com auxilio da tecnologia, além do trabalho convencional, os profissionais serão redirecionados às demandas prioritárias, eliminado com maior celeridade os focos detectados com auxílio da população.

Liga de extermínio contra o Aedes

Nesta segunda-feira (11), a Regional de Saúde de Cascavel, que engloba 25 municípios da região Oeste, lançou uma campanha paralela denominada de “Liga de extermínio contra o Aedes” e uma das ferramentas é o uso do aplicativo Radar Cidadão. O médico Miroslau Bailak, diretor da regional, diz que a proposta é envolver a comunidade no combate ao mosquito.

A ideia é georreferenciar 20 quarteirões pelo Google Maps e escolher uma liderança do local que será “nomeada” como “vigilante contra o Aedes aegypti”. Segundo Bailak, o vigilante pode ser um líder comunitário, padre ou pastor que, por sua vez, irá escolher cinco delegados e cada um deles nomearão 10 detetives para formar a liga contra o mosquito. Essas pessoas receberão crachás de identificação e serão responsáveis por fiscalizar e cobrar da população ações para impedir o avanço do mosquito. “O Radar Cidadão é o link que precisávamos para juntar com o que estamos propondo”, diz Bailak.

Bailak e os idealizadores do aplicativo concordam que a responsabilidade compartilhada é fundamental para evitar o avanço de doenças causadas pelo Aedes aegypi.

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