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O presidente da Anajure, Uziel Santana.
O presidente da Anajure, Uziel Santana.| Foto: Arquivo Pessoal

A Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (Anajure) está deixando a Sessão Anual do Comitê da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Organizações Não Governamentais (ONGs), que se encerra nesta quarta-feira (29), em Nova York, sem o status consultivo especial junto à ONU. Depois de vencer uma resistência inicial da China, a entidade brasileira enfrentou questionamentos de Cuba, Rússia e Nicarágua e a reunião chegou ao fim sem que estes países fossem convencidos do trabalho humanitário e atuação internacional da associação, pré-requisitos para a obtenção do status. O pleito da Anajure voltará a ser avaliado em uma nova reunião do Comitê, prevista para maio.

A associação buscava o status para poder ter participação ativa e representativa nas Nações Unidas, mas, para isso, precisava da aprovação unânime das 19 nações com cadeira no Comitê. Para o presidente da Associação, Uziel Santana, o trabalho da associação junto aos médicos cubanos que optaram por ficar no Brasil após o rompimento do convênio entre os governos de Brasil e Cuba no programa Mais Médicos foi o motivo da resistência da delegação cubana.

“Eles têm um dossiê sobre nosso trabalho de ajuda comunitária aos médicos, e isso incomoda. Nós consideramos os médicos cubanos que decidiram ficar no Brasil como refugiados, damos todo o apoio jurídico a eles, os auxiliamos em processos judiciais, atuamos pela revalidação de seus diplomas, para eles terem o direito de trabalhar no Brasil”, conta.

“Eles articularam com países com quem têm boas relações (Rússia e Nicarágua) para fazerem vários questionamentos protelatórios”, acrescentou, informando que todos os questionamentos serão respondidos e enviados para o sistema da ONU para que o processo tenha continuidade em maio.

No início do encontro, a China havia feito questionamentos sobre a atuação internacional da ONG. A Anajure apresentou as respostas em audiência e a delegação chinesa considerou-se contemplada. Para isso, a associação contou com o trabalho diplomático da comitiva brasileira, que intercedeu junto aos chineses antes da apresentação da Anajure. “Desta vez [no caso de Cuba], não pudemos contar com a ajuda da delegação brasileira, porque o Brasil votou pelo bloqueio a Cuba, em outubro o que causou o rompimento das relações”, lamentou Santana.

Além da atuação junto aos médicos cubanos, o advogado lembra que a Anajure já se posicionou contra casos de violação da liberdade religiosa, envolvendo líderes católicos, na Nicarágua. A Anajure teve o direito de falar mais uma vez no plenário do encontro, para responder aos questionamentos, novas perguntas foram feitas e a análise ficou para a maio.

Mesmo assim, de acordo com o presidente da Anajure, o adiamento não prejudica a atuação internacional da entidade. “Nosso trabalho de relacionamento internacional segue firme. Seguimos com um representante em Nova York, um em Washington e um em Genebra. Em setembro temos um evento na ONU junto com a comitiva brasileira sobre combate a corrupção”.

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