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Após 13 anos, centenas de pescadores do Litoral do Paraná começaram a receber indenizações da Petrobras referentes ao rompimento do Poliduto Olapa, ocorrido em 2001. O pagamento é resultado de um trabalho da juíza Mércia do Nascimento Franchi , em parceria com o Tribunal de Justiça do estado. Foram liberados 450 alvarás de pagamento e outros 600 devem sair nas próximas semanas, totalizando mais de mil. "Trabalhados duro, à noite e nos fins de semana, e felizmente a justiça foi alcançada por este grupo de pescadores", disse Mércia, que acaba de assumir a recém-criada 3ª Vara Cível de Paranaguá.

Os alvarás referentes a clientes da advogada Cristiane Uliana, denunciada pelo Ministério Público por suspeita de participar de um núcleo de fraudes que lesou os pescadores, estão sendo emitidos diretamente no nome do beneficiário, que pode optar por sacar o dinheiro ou abrir uma conta-poupança na Caixa Econômica Federal em Paranaguá.

Já quanto aos clientes do Bahr Neves, Mello & Advogados Associados, o escritório fez um mutirão no Museu de Arqueologia e Etnologia de Paranaguá para a entrega do dinheiro a cem pescadores. Este escritório representa 3.088 pescadores e informou que há uma expectativa de que nos próximos meses todos os outros pescadores recebam a última parcela referente ao acidente causado pela estatal.

Josinei Geraldo Mendes deixou a pesca logo após o acidente. Ele foi um dos pescadores que recebeu a segunda parcela no mutirão. Já em outra profissão, teve um momento nostálgico ao lembrar da época que vivia da pesca. Contou que mesmo tendo afundado duas vezes com seu barco nunca temeu o mar, que era fonte de sustento para sua família e ficou feliz ao receber o dinheiro. "Estou feliz por ter finalmente recebido o meu dinheiro. Agora quero curtir um pouco a vida", disse Josinei.

Em março deste ano, a Gazeta do Povo iniciou uma série de reportagens que revelou que ao menos 18 pescadores haviam sido lesados por seus procuradores, que teriam sacado o dinheiro do adiantamento de parte das indenizações pedidas na Justiça por acidentes ambientais sem o conhecimento dos clientes.

Após a denúncia, o Ministério Público iniciou várias investigações que culminaram na Operação Tarrafa, em que foram emitidos 16 mandados de prisão pela Justiça, entre eles a do escrivão Ciro Antônio Taques e do juiz aposentado Hélio Arabori. Após ser revelado um núcleo de fraudes montado dentro do Fórum de Paranaguá para lesar os pescadores e o erário público, a 2ª Vara Cível da cidade foi estatizada.

Nesta semana, saiu em caráter liminar o decreto de estatização da 1ª Vara Cível, também envolvida no esquema.

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