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A médica Virgínia Helena Soares de Souza é acusada de antecipar mortes na UTI do Hospital Evangélico, em Curitiba | Antônio More / Agência de Notícias Gazeta do Povo
A médica Virgínia Helena Soares de Souza é acusada de antecipar mortes na UTI do Hospital Evangélico, em Curitiba| Foto: Antônio More / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Um perito do Instituto Médico Legal do Paraná (IML) foi designado pela Polícia Científica para realizar as perícias nos prontuários das sete mortes que, supostamente, foram antecipadas por Virginia Soares de Souza e outros seis ex-funcionários do Hospital Evangélico de Curitiba. Um oitavo réu é acusado somente de formação de quadrilha. As antecipações de morte na Unidade de Terapia Intensiva daquele hospital teriam ocorrido entre 2006 e janeiro do ano passado. Somente após o resultado da perícia é que os réus serão ouvidos pela Justiça.

A indicação ocorreu no dia 29 de outubro, por decisão do juiz da 2ª Vara do Júri Daniel Surdi de Avelar. O caso estava parado devido à falta de peritos. Primeiro, o estado do Paraná negou-se a pagar peritos indicados pelo juízo. Depois, no começo de outubro, a reportagem da Gazeta do Povo revelou que os médicos especializados em anestesiologia e medicina intensiva do IML se declararam sob suspeição para periciar os prontuários.

O perito indicado agora, no entanto, não é especialista em anestesiologia e medicina intensiva. Apesar disso, segundo a assessoria de imprensa da Polícia Científica, a formação forense dele o torna capaz de realizar as perícias solicitadas pela Justiça.

Imbróglio

O caso começou a tramitar na Justiça em março de 2013, quando a denúncia oferecida pelo Ministério Público foi aceita pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Daniel Ribeiro Surdi de Avelar. Em resumo, o MP afirma que os acusados abreviavam vidas de sete pacientes com o objetivo de "girar a UTI", ou seja, abrir novas vagas no centro médico.

Em setembro deste ano, o estado do Paraná não quis pagar R$ 220 mil para os peritos indicados para o caso. Nesta circunstância, quem deve arcar com as custas é o tesouro estadual. A necessidade da perícia foi aceita por todas as partes no processo. No começo de outubro, criou-se outro obstáculo.

Os médicos especializados em anestesiologia e medicina intensiva do IML declararam suspeição para periciar os prontuários. Alguns alegaram ter amizade com Virgínia e outros argumentaram terem trabalhado no Hospital Evangélico. O IML tem dez especialistas em anestesiologia e medicina intensiva. Em seguida, o Avelar intimou a Polícia Científica a indicar o perito. A perícia, no entanto, pode levar meses para ser concluída.

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