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Todo o esgoto produzido na Assembléia Legislativa (AL) do Paraná, no Centro Cívico de Curitiba, é despejado diretamente nas águas do Rio Belém sem passar por qualquer tipo de tratamento. Essa falha estrutural do prédio deve começar a ser reparada a partir de hoje, a pedido da Assembléia, pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). "É irônica essa situação. Os deputados fazem leis, inclusive ambientais. Justamente aqui é que não pode ter nenhuma incongruência. Felizmente, o problema será corrigido", afirma o deputado estadual Luiz Eduardo Cheida (PMDB).

A irregularidade foi constatada no começo de abril. "Ninguém sabia para onde o esgoto ia e para a minha surpresa a Sanepar confirmou que ele não tinha tratamento", conta Cheida. "O sistema de coleta não é suficiente. É preciso o tratamento", explica. A diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Maria Arlete Rosa, informa que o trabalho deve ficar pronto em 30 dias e faz parte de um projeto de recuperação do Rio Belém, que já é estudado há dois anos.

Outras repartições públicas e residências também estão sendo vistoriadas e notificadas quando é constatada alguma irregularidade. E o deputado Cheida entrou ontem com um requerimento na Sanepar para que seja apontada qual é a atual situação das ligações de esgoto de todos os prédios públicos do Paraná.

A poluição do rio não é um problema único da AL. A região que margeia o leito do rio tem 90% de cobertura de esgoto. "Com esse índice, não justifica o rio estar sendo poluído. A qualidade da água é o nosso indicador dessas irregularidades com a ligação do esgoto", diz a diretora da Sanepar. Entre os edifícios que contribuíam para esse problema estavam o Palácio Iguaçu e duas secretarias municipais, que tiveram o sistema de esgoto revisto no ano passado.

Maria Arlete vê a reforma na AL como um alerta para a população. "Serve como exemplo e é um fator educativo", afirma a diretora. O ambientalista Paulo Roberto Nenevê aponta a conscientização da comunidade como o melhor caminho para se minimizar o problema. "Hoje, muitas vezes não se tem preocupação nenhuma com o esgoto. Muitas pessoas estão interligando as redes de esgoto e pluvial", relata.

Ele ainda defende uma fiscalização mais intensa por parte dos órgãos públicos. "O exemplo tem de começar pelo Estado. Quanto antes as obras forem feitas, melhor", resume o ambientalista. "A fiscalização mais intensa deve partir da própria população. O esgoto não é apenas um problema ambiental, é um problema de saúde pública", reitera Maria Arlete.

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