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Umuarama - Os tiros disparados contra as casas de dois juízes federais de Umuarama, em fevereiro e setembro passado, teriam assustado também os demais juízes. Dois já saíram da cidade e os substitutos ainda não assumiram, apesar de terem sido empossados em meados do mês passado. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, informou, por meio da assessoria de imprensa, que as transferências não foram motivadas pela violência contra os juízes e garante que a tramitação dos processos está dentro da normalidade na Justiça Federal de Umuarama.

A cidade sempre teve seis juízes federais — três titulares e três substitutos. No entanto, o quadro está desfalcado em 50% desde os dois atentados. No primeiro atentado, dia 28 de fevereiro, tiros foram disparados contra o carro da Justiça Federal que estava na casa do juiz Jail Benites de Azambuja, da 2ª Vara Federal. No segundo, dia 19 passado, os tiros atingiram a casa do juiz Luiz Carlos Canalli, da 1ª Vara. Canalli continua trabalhando normalmente e dispõe de escolta da Polícia Federal. Ele não quer se pronunciar sobre os atentados.

Azambuja é suspeito de forjar o primeiro atentado e de envolvimento no segundo. Por isso, está sendo investigado e foi afastado das funções pelo tribunal por 90 dias, após permanecer cinco dias preso no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), em Curitiba. Ele deixou a prisão no dia 1º deste mês e foi direto para a casa de parentes em Campo Grande (MS), de onde ainda não retornou. Na casa dele, ninguém atende ao interfone e os vizinhos dizem que há vários dias não vêem movimentos de funcionários ou familiares no local.

Com o afastamento de Azambuja, quem está respondendo interinamente pela 2ª Vara Federal é o juiz Gilson Luiz Inácio, de Londrina. Também está em Umuarama o juiz substituto Bruno Henrique Silva, que tomou posse há um mês. Ele atua na Vara do Juizado Especial Federal, ao lado da titular Narendra Borges Morales. Umuarama continua à espera do juiz Daniel Luis Spegiorin, empossado como substituto para a 1ª Vara, e de Aline Lazzaron Tedesco, para substituta da 2ª vara. Eles deverão substituir Marcelo Antônio Cesca, que foi transferido há três meses para Guarapuava, e Marta Ribeiro Pacheco transferida para Ponta Grossa.

Apesar da ausência de dois substitutos, a Justiça Federal informou que a tramitação dos cerca de 3.050 processos no Juizado Especial, 3,5 mil na 2ª Vara e 2,8 mil na 1ª Vara continua normal. O quadro de juízes deverá ser completado no começo do mês que vem com a chegada dos substitutos, que estão em fase de estágio em Paranavaí e Paranaguá.

As investigações contra o juiz Azambuja continuam sob segredo de Justiça no TRF em Porto Alegre. A defesa do juiz diz que ele foi vítima da armação de traficantes e contrabandistas e que vai provar a sua inocência.

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