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Porto Alegre - Uma campanha publicitária de combate ao preconceito contra os ateus pode ficar engavetada e criar uma polêmica jurídica no país nos próximos dias.

A Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) contratou a exibição de painéis na parte traseira de ônibus urbanos de Porto Alegre e Salvador, mas foi informada que a veiculação havia sido recusada.

Na capital gaúcha, a Associação dos Trans­­por­­tadores de Passageiros alegou que a legislação municipal veda a divulgação de peças de conteúdo religioso nos painéis. Em Salvador, segundo a Atea, a empresa contratada teria desistido da veiculação por temer das transportadoras de passageiros.

O presidente da Atea, Da­­niel Sottomaior, disse que a entidade vai estudar a possibilidade de encaminhar ações à Justiça com base no princípio de que a recusa à prestação de um serviço publicitário é preconceito.

A campanha previu a exibição de quatro peças. Uma delas mostra o ator e cineasta Charles Chaplin como não crente e o ditador da Alema­­nha Adolf Hitler como crente para afirmar que "religião não define caráter". A segunda diz que "se Deus existe, tudo é permitido". A terceira sustenta que "a fé não dá respostas, só impede perguntas". E a quarta afirma que "somos todos ateus com os deuses dos outros". Todas contêm a frase "diga não ao preconceito contra os ateus" e são assinadas pela Atea.

Segundo cálculos da Atea, os ateus declarados são 2% da população brasileira. Para Sottomaior, essas cerca de 4 milhões de pessoas são vítimas de preconceitos, caracterizados sobretudo pela associação inadequada com pessoas más, feita por parte dos crentes.

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