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Gustavo e a mãe, Cynthia: contato com outras crianças na escola ajudou o menino a desenvolver a fala aos 2 anos | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Gustavo e a mãe, Cynthia: contato com outras crianças na escola ajudou o menino a desenvolver a fala aos 2 anos| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo

Sem falar nada aos 2 anos

A percepção de que o filho caçula estava demorando para começar a falar fez com que a professora Cynthia Tomazoni procurasse auxílio de uma fonoaudióloga. Aos 2 anos de idade, Gustavo não falava nada. "Levamos ele ao médico. Ele passou por uma bateria de exames para ver se estava tudo bem com a audição", lembra. Após se constatar que o problema não era físico, o garoto começou o tratamento com a fonoaudióloga. Aos 3 anos foi recomendado também acompanhamento psicológico. "Ele é o mais novo dos meus três filhos, acho que a superproteção e os mimos ajudaram para que ele demorasse mais para falar", reconhece a mãe. Depois que começou a freqüentar a escola, a capacidade de comunicação do menino melhorou. "Ele teve que se virar, no começo até tivemos problemas com a agressividade dele, porque falava e os coleguinhas não entendiam, ai ele ficava bravo. Com os irmãos era a mesma coisa", diz. Hoje, Gustavo está começando a ser alfabetizado e tem apenas pequenas dificuldades. Ainda troca algumas letras, mas está conseguindo acompanhar a escola. (CV)

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Muitos pais esperam ansiosos até ouvir as primeiras palavras do bebê. Embora não seja uma regra, a maioria das crianças começa a falar por volta de um ano de idade. Se isso não acontece, é preciso ficar atento: pode ser que a criança tenha algum problema que está atrasando o desenvolvimento da fala.

A demora na aquisição da linguagem pode ter diferentes causas. Problemas auditivos, autismo e até mesmo excesso de mimo podem fazer com que a criança demore mais a falar. Em todos os casos, uma avaliação feita por um especialista poderá indicar a melhor conduta de tratamento.

De acordo com a neuropediatra Maria Júlia Bugallo, do Hospital Pequeno Príncipe, os bebês têm no choro a primeira forma de comunicação. "É chorando que eles tentam informar que estão com fome ou que estão com dor. Com alguns meses eles já aprendem a balbuciar e aos 10 meses de vida começam a falar as primeiras sílabas", explica. Ansiosos, muitos pais têm dúvidas sobre o desenvolvimento dos filhos e se questionam se os pimpolhos estão aprendendo a falar na hora certa.

Embora existam padrões de desenvolvimento, os especialistas esclarecem que características pessoais somadas a estímulos externos podem determinar a evolução da capacidade de se comunicar. Por isso, nada de falar errado ao se dirigir aos pequenos. "É muito importante que desde o início a mãe converse com o bebê, conte a ele o que está fazendo e diga o que acha que o bebê quer dizer. Ao ouvir o adulto, além de se sentir amada, a criança armazena toda a variedade de sons da língua, aprende vocabulário e é estimulada a utilizar seus órgãos da fala", explica a fonoaudióloga Beatrice Doff Sotta.

O atrasos na fala podem ter origem funcional ou orgânica. No primeiro caso não há nenhum problema físico, e a demora se deve apenas à imaturidade da criança. Quando o problema é orgânico, a causa está em alguma alteração fisiológica ou psicológica. É o caso do autismo, da dislexia ou de deficiência auditiva.

Até os 4 anos de idade ainda é aceitável que a criança cometa pequenos equívocos e faça algumas trocas fonéticas. "Até uma pequena gagueira ainda é comum nessa idade, porque a criança ainda pensa com maior velocidade do que é capaz de falar", explica Maria Julia. No entanto, se a situação persistir além dessa idade, é recomendável que se faça uma avaliação.

De acordo com o neuropediatra e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Alfredo Lohr Jr, os pais devem ficar atentos se a criança responde ao ser chamada. "Com 5 meses a criança já é capaz de virar a cabeça quando a chamam. Com 10 meses ela já reconhece o som do próprio nome. Se quando chamada ela não apresenta nenhuma resposta, pode ser que haja alguma perda auditiva e isso com certeza terá impacto no desenvolvimento da fala", alerta. Bebês prematuros e de baixo peso são mais sujeitos a apresentar problemas auditivos.

Segundo o médico, é importante avaliar a evolução da criança de forma geral. "É preciso verificar se o atraso corresponde somente à linguagem ou também a outras áreas, como a motricidade ou os relacionamentos pessoais. Os pais têm de ver como essa criança interage com o meio e com as outras pessoas. Isso tudo auxilia para um diagnóstico preciso", diz.

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