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Consumo contribui para o aumento da poluição em grandes metrópoles como São Paulo | Nacho Doce/ Reuters
Consumo contribui para o aumento da poluição em grandes metrópoles como São Paulo| Foto: Nacho Doce/ Reuters

58% mais poluída

Agência Estado

As emissões de gases-estufa provenientes dos resíduos sólidos aumentaram 58% no estado de São Paulo entre 1990 e 2008. No primeiro ano avaliado, o setor lançou para a atmosfera 5,8 milhões de toneladas desses gases, que provocam o aquecimento global. Após 18 anos, o número passou para 9,2 mi­­lhões de toneladas.

Os dados foram divulgados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e farão parte do primeiro inventário estadual de emissões. Do total, 55,7% correspondem a emissões de aterros – enquanto os efluentes industriais contribuem com 17,5% e os efluentes domésticos, 26,4%.

O estudo faz o cálculo também das emissões decorrentes do lixo por habitante: passaram de 205 quilos de gases-estufa em 1990 para 234 quilos em 2008 – um crescimento de 14%. Uma das causas para o aumento das emissões é o fato de que as pessoas estão consumindo cada vez mais e, dessa forma, gerando quantidade maior de resíduos. O documento está em consulta pú­­blica no site da Cetesb (cetesb.sp.gov.br).

Representantes de vários países reúnem-se novamente no fim deste mês para mais uma rodada de negociações sobre ações para conter o aquecimento global. A partir do próximo dia 29, eles estarão em Cancún, no México, participando da16.ª Conferência sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Uni­­das (COP-16). As informações são da Agência Brasil.Na reunião, metas de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa estarão em pauta, mas, para os especialistas que participaram nesta semana de um evento sobre mudanças climáticas promovido pela Bovespa (Bolsa de Valores de São), as expectativas acerca de uma solução definitiva para o tema são baixas.

"Os países são realistas sobre o entendimento sobre as metas de redução de emissões. Então, não esperamos um acordo para o futuro em Cancún", afirmou a especialista-chefe em mudanças climáticas do Banco Intera­­me­­ricano de Desenvolvimento(BID), Maria Netto. Ela espera, entretanto, que pelo menos uma decisão sobre o financiamento das políticas para redução das emissões saia da conferência de Cancún.

O especialista em energia do Banco Mundial (Bird), Chris­­tophe de Gouvello, ratificou as declarações da representante do BID, mas é otimista quanto a uma definição, na conferência, sobre quanto o reflorestamento colabora com a redução do aquecimento global. "Sobre a remoção de carbono da atmosfera por meio de plantações florestais, se espera alguns avanços técnicos significativos", disse.

Para a diretora de Susten­­ta­­bi­­lidade da BM&FBovespa, So­­nia Favaretto, esse pessimismo em relação à COP-16 pode ser positiva. Segundo ela, na última edição da conferência, em Cope­­nhague, a pressão por uma definição era muito grande e isso atrapalhou. "A expectativa um pouco mais baixa é bom", afirmou ela. "Em Cope­­nhague, as expectativas eram fora da realidade. Cancún chega de um forma mais racional e ponderada, e isso pode ser bom", completou.

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