Um bebê com 20 dias de vida morreu nesta segunda-feira (20) em um hospital de Goiás após dez dias internado. Segundo os pais da criança, o menino tinha um problema na artéria aorta e precisava de uma cirurgia. "Desde o dia 14 esperávamos pela operação. Era urgente e sabíamos do risco de morte. No balcão do atendimento do hospital diziam que não havia médico para operá-lo e que tínhamos de esperar uma vaga em um hospital de outro estado", disse ao G1 o pai do bebê, o administrador Danilo Castro Oliveira, de 40 anos.
Em dezembro do ano passado, uma cooperativa de cirurgiões pediu descredenciamento junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) por não aceitar o valor pago pela cirurgia cardíaca: R$ 894.
Segundo o presidente da cooperativa, Wilson Mendonça Junior, a quantia prevista pela Associação Médica Brasileria é de cerca de R$ 6 mil. "Não somos empregados nem do estado nem do município. Por isso, não temos obrigação de trabalhar por este valor tão baixo", afirmou Mendonça.
O diretor de regulação e controle da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, Fernando Machado de Araújo, disse ao G1 que foi aberta uma sindicância para levantar as causas da morte do bebê. "Se havia uma indicação emergencial da cirurgia ela tinha de ser feita. Urgência não se discute, atende e pronto", disse.
Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado de Goiás informou que acompanha as negociações junto à cooperativa de médicos e que solicitou uma reunião com o Ministério da Saúde. Ainda, de acordo com a secretaria, há o trabalho de inserção de pacientes no Cadastro Nacional de Regulação Alta Complexidade (CNRAC), do Ministério da Saúde.
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