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Gil Vicente se retratou matando autoridades mundiais, como o presidente iraniano Ahmadinejad: curadoria se recusou a censurar o artista | Maurício Lima/AFP
Gil Vicente se retratou matando autoridades mundiais, como o presidente iraniano Ahmadinejad: curadoria se recusou a censurar o artista| Foto: Maurício Lima/AFP

Com a expectativa de receber até 12 de dezembro 1 milhão de visitantes, a 29.ª Bienal de São Paulo foi aberta na manhã deste sábado para o público, no pavilhão da instituição, no Parque do Ibirapuera. Sob o título "Há Sempre Um Copo de Mar para Um Homem Navegar", verso do poeta alagoano Jorge de Lima, essa edição, orçada em quase R$ 30 milhões, tem ares de grandiosidade ao reunir mais de 800 obras de 159 artistas nacionais e estrangeiros.

O tema da mostra, com curadoria geral de Moacir dos Anjos e Agnaldo Farias, é a relação entre arte e política. Antes mesmo de começar, a Bienal despertou algumas polêmicas. No último dia 17, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), seção São Paulo, pediu a retirada dos desenhos do artista pernambucano Gil Vicente que, segundo o órgão, fazem "apologia ao crime".

Na série, chamada de "Ini­migos", Gil Vicente se retrata matando líderes e personalidades políticas e religiosas, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o papa Bento XVI. A curadoria não retirou as obras de Vicente da exposição, se recusando a realizar "censura" ao artista.

Mas, ao mesmo tempo, não foi o que ocorreu com a instalação "A Alma Nunca Pensa Sem Imagem", do argentino Roberto Jacoby. Na última quarta-feira, a Bienal resolveu encobrir com papéis os grandes retratos dos candidatos à presidência Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), que faziam parte da obra, segundo o projeto do artista, destinada a discutir campanha eleitoral brasileira. Para não infringir a lei eleitoral, do trabalho também foi retirada qualquer menção a Dilma, já que Jacoby e seus colaboradores promoviam uma campanha pela petista como parte do trabalho.

Ainda, ambientalistas e órgãos de defesa se preocuparam com os três urubus vivos que integram a obra "Bandeira Branca", do artista Nuno Ramos – mas todas as licenças legais para a permanência das aves na mostra estão em dia.

Exposição

A mostra, pelo projeto expográfico feito pela arquiteta Marta Bogéa, se transforma em um labirinto para o visitante. Do lado exterior do prédio, há apenas duas obras: a da escocesa Susan Philipsz, que fez uma instalação sonora na marquise, e do cubano Wilfredo Prieto, que colocou bandeiras das nações em branco e preto na lateral do pavilhão. Esta edição tem como característica promover, além da mostra, apresentações, performances e exibições de filmes em espaços especiais no pavilhão chamados de "Terreiros".

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