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Os cardeais Odilo Scherer (à esquerda) e Claudio Hummes (ao centro) com o presidente Lula: bispos devem se esforçar para combater pedofilia no clero | Fábio Pozzebom / Agência Brasil
Os cardeais Odilo Scherer (à esquerda) e Claudio Hummes (ao centro) com o presidente Lula: bispos devem se esforçar para combater pedofilia no clero| Foto: Fábio Pozzebom / Agência Brasil

Para cardeal, padres devem ir a julgamento

Brasília - O cardeal brasileiro dom Cláudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero, disse ontem que a Igreja Católica está agindo contra os casos de pedofilia cometidos por padres. Ele considerou os casos "gravíssimos" e afirmou que os que cometeram esse crime devem ser julgados pelos tribunais comuns e não apenas pela Igreja.

"É um problema gravíssimo, intolerável. Não há lugar no ministério sacerdotal para pedófilos e eles têm de se retirar do ministério e enfrentar os tribunais comuns. Tanto assim, que o Papa [Bento XVI] disse em viagem a Portugal que o perdão [divino] não exime da punição do crime, que tem de ser punido", disse dom Cláudio ao deixar reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A CNBB está produzindo uma cartilha para disciplinar a atuação da Igreja no Brasil em casos de pedofilia. "Isso é positivo porque ajudaria os bispos a ter um procedimento idêntico para todos no Brasil", afirmou. Ontem, bispos confirmaram que o afastamento de padres de suas funções na paróquia deverá ser a principal medida recomendada pela CNBB.

Folhapress

Brasília - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou ontem, véspera do encerramento de sua 48.ª Assembleia-Geral, em Brasília, uma Decla­ração sobre o Momento Político Na­­cional, no qual critica o terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), assinado pelo presidente Lula, e incentiva os cidadãos a escolher, nas próximas eleições, "pessoas comprometidas com o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana". O documento encoraja os eleitores a superar possíveis desencantos com a política, para expressar sua cidadania pelo voto ético, esclarecido e consciente.

Embora não conste do texto, fica implícito que a Igreja não apoia candidatos que defendem a legalização do aborto e outros pontos incluídos no PNDH3. "Além da descriminalização do aborto, há outras distorções inaceitáveis, como a união, dita casamento, de pessoas do mesmo sexo, a adoção de crianças por pessoas unidas por relação homoafetiva e a proibição de símbolos religiosos (em repartições públicas)", disse o cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, em entrevista coletiva.

O cardeal salientou que a oposição a essas propostas não significa resistência da Igreja aos direitos humanos. "Quando os direitos humanos eram desrespeitados, a única voz que se levantava contra isso era a da CNBB", disse dom Odilo. No caso do PNDH3, acrescentou, é que "querem fazer passar por direitos universais o que é pretensão de grupos".

A declaração dos bispos sobre a política afirma que "o Brasil está vivendo um momento importante, por seu crescimento interno e pelo lugar de destaque que vem merecendo no cenário internacional", mas adverte que "isso au­­menta sua responsabilidade no relacionamento com as outras nações e na superação progressiva de suas desigualdades sociais, produzidas pela iníqua distribuição da renda, que ainda persiste". Referindo-se ao projeto de lei conhecido como Ficha Limpa, os bispos dizem esperar que ele "seja um instrumento a mais para sanar o grave problema da corrupção na vida política brasileira".

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