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Vaga a R$ 0,60 por quilômetro

O presidente do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse ontem que o preço-teto para a classe econômica do Trem de Alta Velocidade (TAV) será de R$ 0,60 por quilômetro, independentemente do destino e do horário. O assento na classe executiva do trem-bala, que interligará São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas, deverá ser, no máximo, 75% mais caro.

Conforme a modelagem econômico-financeira para o TAV apresentada hoje pelo Coutinho, pelo menos 60% dos lugares em cada composição do trem deverão pertencer à classe econômica. Na modelagem, já publicada no site www.tavbrasil.gov.br, consta uma tarifa de R$ 200, na classe econômica e em horários de pico, para ligar São Paulo e Rio de Janeiro.

Fora dos horários mais disputados, o preço cairia para R$ 150. O assento no trem-bala para viagens entre São Paulo e Campinas valeria R$ 31,20. Ao ser indagado se este valor não seria muito alto, dado que há tarifas de pouco mais de R$ 100,00 na ponte aérea, Coutinho afirmou que "as tarifas de cento e poucos reais" praticadas por companhias aéreas não seriam sustentáveis.

Ele observou também que a competição entre diferentes modais forçará os preços para baixo naturalmente.

São Paulo - Para "tirar da mesa as incertezas" quanto à viabilidade de construção do Trem de Alta Velocidade (TAV), o governo vai financiar, via Banco Nacional de Desenvol­­vi­­mento Econômico e Social (BNDES), cerca de 60,4% do projeto, avaliado em R$ 34,626 bilhões, informou ontem o presidente do banco, Luciano Coutinho. Além disso, o governo assumirá gastos com desapropriação, isentará o vencedor do leilão de impostos e injetará R$ 1,13 bilhão na operadora do TAV Brasil. Coutinho participou ontem do seminário "TAV Bra­­sil", realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo.

O governo divulgou ontem a mo­­delagem econômico-financeira do projeto, que prevê a construção de um sistema ferroviário com capacidade de desenvolver velocidades superiores a 200 km/h. Pelo mo­­delo, 70% do projeto contará com dinheiro público e os 30% virão da iniciativa privada.

O fato de o poder público estar contribuindo com quase a totalidade das despesas, seja via empréstimo ou renúncia fiscal, é justificado por Coutinho pela "preocupação manifestada por vários interessados quanto à imensa dificuldade" de estruturar um financiamen­­to de grande porte. "Estamos vi­­vendo um momento no qual o sistema bancário mundial foi fortemente debilitado e a disposição dos bancos de oferecer grandes empréstimos, especialmente de maior risco, é muito baixa", explicou.

Conforme Coutinho, o BNDES colocará à disposição do vencedor do leilão, que será feito por meio de lance único na BM&FBovespa, quase R$ 21 bilhões. O empréstimo poderá ser pago em 30 anos, tem prazo de carência de 5,5 anos para o primeiro pagamento e juros de 1% ao ano, mais a variação da TJLP. Outros R$ 3,397 bilhões serão ofertados pelo Eximbank, completando a participação de 70% de dinheiro público. Esse empréstimo terá 20,5 anos de prazo, 5,5 anos de carência e taxa de 3% ao ano, mais a variação cambial.

O governo brasileiro também assumirá todas as de­­sa­­propriações e reassentamentos das áreas do traçado, estações, oficinas e pátios do TAV. O valor associado a esta atividade foi orçado em R$ 2,26 bilhões, o equivalente a 6,53% do total a ser investido. Além da capitalização dos ativos desapropriados, a União, também por meio da ETAV (Empre­­sa de Transporte Ferro­­viário de Alta Velocidade), aportará R$ 1,13 bilhão no capital do con­­ces­­sionário, ressaltou Coutinho.

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