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Comunidade Pavão–Pavãozinho, no Rio de Janeiro: barracos | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Comunidade Pavão–Pavãozinho, no Rio de Janeiro: barracos| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Recorte

Grupo de 14 cidades concentra favelas paranaenses

O novo recorte do Censo Demográfico 2010 mapeou 308 setores censitários em aglomerados subnormais de 14 municípios paranaenses: Almirante Tamandaré, Araucária, Campo Largo, Campo do Tenente, Colombo, Campo Magro, Campo Largo, Curitiba, Foz do Iguaçu, Itaperuçu, Jataizinho, Paranaguá, Ponta Grossa e Umuarama. A capital paranaense concentrava 223 dessas áreas naquela época. Isso não quer dizer, entretanto, que não havia favelas em outras cidades paranaenses, mas sim que não foram encontradas regiões com o conjunto de características que levaria o instituto a classificá-las como "subnormais".

À época do levantamento, o sul do país concentrava 5,5% dos aglomerados do país. Além dos 308 paranaenses, o IBGE identificou 448 no Rio Grande do Sul e 115 em Santa Catarina – com 86.478 e 21.769 domicílios, respectivamente. A região sudeste concentrou a maior porcentual de favelas do país (55,5%) enquanto no nordeste tinha 25,2%.

Informalidade, baixos salários e poucos anos de estudo são características mais presentes em famílias que moram em favelas do que nas que moram fora delas. Essa é a conclusão de recorte do Censo Demográfico de 2010 divulgado ontem pelo IBGE. O instituto identificou 15.688 setores censitários em aglomerados subnormais no país, onde estão instalados 3,2 milhões de domicílios abrigando 11,4 milhões de pessoas. No Paraná, o mapeamento encontrou 308 dessas áreas precárias, caracterizadas pela ausência de serviços públicos e infraestrutura, onde vivem 217 mil cidadãos, 75% em Curitiba.

INFOGRÁFICO: São 3,2 milhões de domicílios, mais de 61 mil no PR

Segundo o IBGE, 27,8% dos moradores dos aglomerados subnormais que se declararam empregados trabalham sem carteira assinada – percentual 6% superior ao encontrado fora dessas áreas. Em Curitiba, 64.346 pessoas estavam empregadas à época do levantamento – 18% delas trabalhando sem registro.

Essa informalidade se reflete no rendimento médio do trabalhador. De acordo com os dados do instituto, tanto nas favelas brasileiras quanto nas curitibanas, o percentual de domicílios cuja renda média mensal por pessoa era inferior a meio salário mínimo era o dobro do verificado em regiões estruturadas.

Os dados mostraram ainda que o abismo separando a população das favelas da que vive fora dela fica ainda maior quando a comparação é levada à educação. Ao todo, no país, 20% dos entrevistados informaram ter concluído o ensino superior – porcentagem que não chega à casa dos 2% entre os moradores dos aglomerados subnormais.

O IBGE considera uma área como "subnormal" quando ela reúne, no mínimo, 51 unidades habitacionais sem documento de posse, carentes de serviços públicos essenciais, como coleta de água e esgoto, e dispostas de forma desordenada, sem padrão urbanístico. Todos os 5.564 municípios do país foram visitados pelos técnicos do instituto, mas em apenas 323 deles foram encontradas áreas com essas características.

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