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| Foto: FREDERICK FLORIN

Os abalos sísmicos sentido pelos moradores do Jardim Califórnia, em Londrina, nas últimas semanas, não foram, nem de longe, os únicos tremores de terra registrado no Brasil em 2015. Segundo dados do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), 222 tremores de terra ocorreram no país apenas esse ano, a maioria concentrada nas regiões Norte e Nordeste.

Apesar de assustar, o número pode ser considerado normal. Isso porque, de acordo com José Roberto Barbosa, técnico do centro da USP, tremores são esperados em qualquer lugar do mundo. Há apenas uma atenção maior ao chamado Cinturão de Fogo do Pacífico, onde estão localizadas as bordas das placas tectônicas e concentram-se a maioria dos terremotos, atingindo países como Chile, Argentina, Peru e Bolívia.

Paraná registrou sete tremores

De acordo com dados do Centro de Sismologia da USP, o Paraná registrou sete tremores de terra em 2015, sendo dois na cidade de Rio Branco do Sul (graus 2,5 e 2,8) e o restante em Tunas do Paraná (grau 3,1), Prudentópolis (grau 3,1), Marialva (grau 2,9), Telêmaco Borba (grau 1,8) e, por último, em Londrina (grau 1,8).

Os terremotos acontecem porque as placas tectônicas armazenam energia, que pode ser liberada de diversas formas, variando de pequenos tremores a grandes catástrofes, como ocorreu recentemente no Chile, e de uma única vez ou de forma gradativa. No Brasil, a sismicidade é fraca e a maioria dos tremores fica na média dos 3 pontos na Escala Richter, o que significa dizer que raramente são sentidos, mas podem ser registrados. Também é comum que o epicentro se dê em um local desabitado, levando a população a desconhecer a ocorrência do tremor.

No caso de Londrina, Barbosa afirma que o que houve foi uma série de microtremores de magnitude baixa (1,8 na Escala Richter), mas que ocorreram próximos à superfície, por isso foram sentidos de forma substancial e fizeram a população, não habituada ao fenômeno, sofrer um pouco. Caso os abalos continuem na cidade, o técnico afirma que a USP pode vir a instalar equipamentos em Londrina para se chegar a uma resposta clara a respeito da origem dos tremores.

Profundidade importa tanto quanto a magnitude

Embora os números referentes à magnitude dos tremores sejam os primeiros a saltar aos olhos quando o assunto são terremotos, Barbosa alerta que é fundamental observar qual é a profundidade do sismo. Como exemplo, citou um abalo registrado na fronteira do Brasil com o Peru em novembro e que marcou 7,5 pontos na Escala Richter, sendo considerado um tremor de grandes proporções. O sismo, porém, ocorreu a quase 600 quilômetros de profundidade e foi sentido em algumas cidades do Acre e em Manaus, mas sem registro de danos.

Colaborou: Mariana Balan

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