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O Brasil passou, nesta sexta-feira (31), a medir a temperatura de passageiros que desembarcam no Brasil e que estiveram, nos 21 dias anteriores, na Libéria, Guiné e em Serra Leoa, como medida adicional de controle contra o vírus ebola.

Ao mesmo tempo, esses passageiros receberão informações sobre os sintomas do ebola e a orientação para procurar um serviço de saúde imediatamente no caso do aparecimento deles.

Essa ação teve início às 5 horas desta sexta, em Guarulhos, aeroporto internacional que recebeu 78,4% dos passageiros vindos desses três países em 2014.

Apenas 529 pessoas vindas desses países desembarcaram no Brasil este ano. Como comparação, cerca de 40 mil pessoas desembarcam, por dia, em Guarulhos.

Medição de temperatura

Um cartaz de aviso vai orientar esses passageiros a se identificarem ao oficial da imigração no momento do controle dos passaportes. A busca dessa informação também será feita pela pessoa que avalia o passaporte.

A temperatura será medida "de forma não invasiva", por meio de uma pistola. Ainda será feita uma entrevista e entregue um material com informações sobre o atendimento gratuito na rede pública de saúde --e, nesse material, estará escrita a data limite de incubação da doença, o que será relevante caso a pessoa procure o sistema de saúde no futuro.

A pessoa será orientada a buscar o serviço de saúde caso apresente algum dos sintomas do ebola até o final do período de incubação - de até 21 dias.

Apenas após esse procedimento, o passaporte da pessoa será devolvido, junto com a permissão de entrada no território nacional.

O Ministério da Saúde afirma que não vai restringir viagens, apenas incluir o monitoramento e a distribuição de informações na chegada aos aeroportos. A nova medida deverá ser implementada até o final de novembro nos aeroportos que recebem passageiros dos países afetados –além de Guarulhos, Galeão, Viracopos e os aeroportos de Brasília, Fortaleza e Salvador.

Não há voo direto para o Brasil de nenhum dos três países afetados pela doença.

Informação

Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do ministério, afirma que a medida mais importante é informar às pessoas vindas dos países africanos afetados pelo ebola que, no Brasil, há atendimento público de saúde e que os serviços devem ser procurados imediatamente no caso do aparecimento de algum sintoma.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, voltou a dizer que é muito baixa a possibilidade de uma pessoa infectada com o ebola chegar ao Brasil. "Estamos tentando desenvolver uma abordagem que estimula que uma pessoa que vem desses países com sintomas possa procurar o serviço de saúde e já chegar com uma ficha de informação que reporta ao profissional da saúde se está no período de incubação."

Até aqui, o governo brasileiro não havia estabelecido nenhuma forma de busca ativa de passageiros vindos dos países afetados pelo surto de ebola.

Nos aeroportos do país, as equipes de vigilância vinham sendo acionadas quando algum passageiro de voo internacional apresentava sintomas – como febre e vômitos. Nesses casos, a aeronave estaciona em área remota e o viajante sob suspeita é retirado e encaminhado para o hospital de referência.

Antes disso, de toda forma, antes de embarcarem nos países africanos afetados pela doença, os passageiros já passam por uma entrevista em que se questiona a presença de sintomas ou se a pessoa teve contato com pacientes doente pelo ebola.

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