Máire Lea-Wilson e seu filho Aidan. Ela falará à Corte Real de Justiça de Londres, contra a lei que permite o aborto de crianças com Down.
Máire Lea-Wilson e seu filho Aidan. Ela falará à Corte Real de Justiça de Londres, contra a lei que permite o aborto de crianças com Down.| Foto: Reprodução/Redes Sociais

Uma mãe de um bebê com Síndrome de Down está lutando contra o governo do Reino Unido por conta de uma lei que permite o aborto em casos de detecção de anomalias fetais, incluído a Síndrome de Down. Em julho, ela falará à Corte Real de Justiça de Londres, a corte máxima do Reino Unido, contra a lei que permite o aborto de crianças com Down em qualquer estágio da gravidez.

Máire Lea-Wilson, de 33 anos, teve um bebê com Síndrome de Down em 2019. Ela conta que estava com 34 semanas de gravidez quando descobriu que o bebê, seu segundo filho, nasceria com a síndrome. No hospital, ela foi questionada se queria ou não interromper a gravidez. Mas ela decidiu levar a gravidez adiante. Após o nascimento do menino, Aidan, ela juntou-se à campanha Downright Discrimination, que tenta dar aos nascituros com Síndrome de Down direitos iguais.

"Eu me preocupo muito com o fato de que, quando ele ficar mais velho, se essa lei ainda estiver em vigor, como isso o fará se sentir: que ele não tem tanto valor, que não tem o mesmo valor?", questionou a mãe.

Na Inglaterra, Escócia e País de Gales, o aborto pode ocorrer nas primeiras 24 semanas de gravidez. Mas as mulheres também podem fazer um aborto após 24 semanas se houver uma anomalia fetal grave. Por conta de leis parecidas com a inglesa, o número de bebês com síndrome de Down nascidos na Europa caiu pela metade entre 2011 e 2015, de acordo com um estudo publicado no European Journal of Human Genetics.