O ministro da Justiça, Anderson Torres.
O ministro da Justiça, Anderson Torres.| Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil.

O ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou neste domingo (26) que não falou sobre operações da Polícia Federal com o presidente Jair Bolsonaro (PL) quando o acompanhou em uma viagem aos Estados Unidos para a Cúpula das Américas, entre os dias 9 e 10 de junho.

"Diante de tanta especulação sobre minha viagem com o Presidente Bolsonaro para os EUA, asseguro CATEGORICAMENTE que, em momento algum, tratamos de operações da PF. Absolutamente nada disso foi pauta de qualquer conversa nossa, na referida viagem", escreveu no Twitter.

A "especulação" à que o ministro se refere surgiu depois da divulgação de um áudio de uma conversa telefônica entre o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e a filha dele em 9 de junho, que teria sido interceptada pela Polícia Federal – não se sabe, porém, se a gravação realmente partiu da PF, se foi editada ou divulgada na íntegra. No áudio, Ribeiro diz à filha que Bolsonaro telefonou para ele e teria dito que existia a possibilidade de cumprimento de busca e apreensão na casa do ex-ministro. O motivo seria a suspeita sobre a liberação de recursos do Ministério da Educação (MEC) com a intermediação de pastores. A operação da PF, que é vinculada ao Ministério da Justiça, na casa de Ribeiro ocorreu na quarta-feira passada (22). O ex-ministro foi preso, mas liberado no dia seguinte.

Após o vazamento do áudio, o Ministério Público Federal pediu que se apurasse se houve interferência de Bolsonaro nas investigações sobre Ribeiro. O caso agora deve ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A relatora é a ministra Cármen Lúcia.