Imagem do livro “A Rhythm of Prayer: A Collection of Meditations for Renewal”. “Deus, por favor, me ajude a odiar pessoas brancas”.
Imagem do livro “A Rhythm of Prayer: A Collection of Meditations for Renewal”. “Deus, por favor, me ajude a odiar pessoas brancas”.| Foto: Reprodução

A professora Chanequa Walker-Barnes, da disciplina de teologia da Mercer University, na Georgia, publicou um livro em que pede a Deus que a ajude a "odiar os brancos". Após receber críticas pela publicação, que apareceu na lista das obras mais vendidas no New York Times, Walker-Barnes saiu em defesa do livro nas redes sociais, dizendo que as frases da oração foram tiradas de contexto.

"Querido Deus, por favor, ajude-me a odiar os brancos. Ou pelo menos a querer odiá-los", começa um capítulo de "A Rhythm of Prayer: A Collection of Meditations for Renewal" [Um Ritmo para Oração: Uma Coleção de Meditações para Renovação]. "Pelo menos, quero parar de me preocupar com eles, individual e coletivamente. Quero parar de me preocupar com suas almas racistas e equivocadas, parar de acreditar que podem ser melhores, que podem deixar de ser racistas".

Na publicação, Walker-Barnes explica que ela não pede para odiar os brancos abertamente racistas e "segregacionistas estridentes" porque eles "já estão no inferno", mas em vez disso, ela deseja odiar "os bons". "Minha oração é para que você me ajude a odiar os outros brancos – você sabe, os bons. Os eleitores que amam a Fox News e apoiam Trump (…), que fazem comentários racistas velados (...)."

No Twitter, Walker-Barnes explicou que escreveu a oração em resposta a um de seus amigos brancos que a chamou de nigger, um insulto em inglês. "Na verdade, minha família e minhas experiências pessoais me deram milhões de razões para odiar os brancos", acrescentou ela. "O ódio é justificado. Eu poderia até encontrar um precedente bíblico para isso." Mas, segundo ela, "Deus me deu um espírito diferente, que insiste em buscar a bondade e a possibilidade, que mantém a raiva e a esperança juntas".

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