Protocolo para reabilitaação é discutido no Brasil
A falta de um protocolo nacional foi discutida em um evento promovido pela Associação Nacional de Medicina| Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Sociedades médicas e instituições da área de reabilitação estão desenhando protocolos para o atendimento de pacientes que se recuperaram do novo coronavírus, mas apresentaram a síndrome pós-Covid, que inclui comprometimento neurológico, motor, respiratório ou cognitivo. Diante da falta de uma diretriz nacional, especialistas têm se reunido para estabelecer padrões que possam ser adotados no país - com técnicas para melhorar força e resistência, trabalhar a atenção e regularizar o sono.

Neste mês, a Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (ABMFR) fez a primeira reunião e pretende ter um documento finalizado ainda este mês. A Rede de Reabilitação Lucy Montoro, em São Paulo, também está construindo um plano para a rede municipal de saúde, que poderá ser compartilhado com outras localidades.

A base dos protocolos, segundo os especialistas, é o mapeamento das sequelas deixadas pelo vírus e o trabalho multidisciplinar. “No mundo inteiro, estamos tentando traçar reabilitação especializada com técnicas conhecidas em poliomielite e em pacientes que ficaram muito tempo em UTI, uma diretriz com a experiência de cada serviço e baseado também em estudos europeus e americanos.

"A OMS (Organização Mundial deSaúde) já divulgou normas. Sabemos que dois terços dos pacientes que passaram por UTI por covid-19 precisam de alguma reabilitação", explica o fisiatra Eduardo de Melo Carvalho Rocha, presidente da ABMFR. A falta de um protocolo nacional foi discutida em um evento promovido pela Associação Nacional de Medicina (ANM) neste mês. Depois de pronto, a meta é enviar o documento que está sendo elaborado para a Associação Médica Brasileira (AMB), para sua distribuição para médicos de diferentes especialidades.

O fisiatra diz que o tratamento varia de acordo com o caso, mas pode demorar ao menos três meses se uma pessoa teve os movimentos afetados pela doença e precisa voltar a andar, por exemplo. “Nesta segunda onda, não tem mais faixa etária, qualquer adulto pode ser grupo de risco.”