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Alunos se reúnem perto da PUCPR: calouros acharam que podia ser pior. | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Alunos se reúnem perto da PUCPR: calouros acharam que podia ser pior.| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem, na forma de emenda dos deputados Flávio Dino (PCdoB-MA) e Carlos Sampaio (PSDB-SP), o projeto de lei que disciplina a prática do trote, normalmente realizado nas instituições de ensino superior.

Um dos aspectos do texto aprovado é a aplicação de multas pela instituição depois de comprovada a participação de alunos em ações consideradas vexatórias ou violentas contra os calouros. O dinheiro deverá ser usado nas bibliotecas das escolas. As informações são da Agência Câmara.

A aprovação do projeto em caráter de emergência ocorreu depois de uma série de abusos registrados no início deste ano letivo em universidades brasileiras. Ontem, dois casos de exposição a situações humilhantes foram registrados em Curitiba. Apesar do constrangimento, estudantes não reclamaram da ação.

O que não faltou nas duas recepções aos calouros foi bebida alcoólica. Estudantes repetiam hinos em que se falava em maconha e "tubão" (mistura de refrigerante com bebida alcoólica). Numa das festas, algumas meninas foram colocadas sobre um carrinho de supermercado. Em volta delas, os veteranos gritavam coisas como "caloura safada".

Os trotes foram realizados por veteranos dos cursos de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e da Universidade Positivo (UP). Ambos os atos ocorreram fora das dependências das universidades, que proíbem as ações. A PUCPR informou que trotes nunca foram permitidos e que promove campanhas solidárias com os calouros, como a arrecadação de alimentos não-perecíveis e material escolar. A UP também afirmou que não permite o trote e que, depois do ocorrido, irá reforçar ações de conscientização.

Luiz Alberto de Abreu, um dos diretores da Associação Atlética Direito Positivo, responsável pela organização da festa feita no Parque Barigui, explicou que os calouros foram ao local de livre e espontânea vontade. Na PUCPR, os estudantes se reuniram nos bares em frente à universidade. O clima foi de festa e não foram observados casos de agressão física enquanto a reportagem esteve no local.

A mineira Laís Ribeiro do Vale, que veio estudar em Curitiba, imaginou que o trote seria "pior". Apesar do constrangimento de ter de pedir dinheiro e de estar incomodada com a sujeira, a caloura garantiu que estava se divertindo. "Não tem agressão física e a agressão moral só existe para quem permite", disse. Bianca Costa, colega de Laís, também afirmou que os veteranos respeitaram os estudantes que pediram que fossem evitados excessos. "Eu sou diabética e pedi que não insistissem para que eu bebesse. Eles não me deram bebida", garantiu.

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