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Acesso a Capitão Leônidas Marques: trecho de pista simples  teve 33 mortes nos dez meses deste ano, 11 a mais que em 2009 | Marcelino Duarte
Acesso a Capitão Leônidas Marques: trecho de pista simples teve 33 mortes nos dez meses deste ano, 11 a mais que em 2009| Foto: Marcelino Duarte
  • Veja o trecho onde os acidentes são mais violentos no Oeste do estado

Em dez meses, o número de mortes no trecho de pista simples da BR-277, entre Santa Tereza do Oeste e Medianeira, no Oeste do estado, já supera em um terço o total de mortes registradas no ano passado. De janeiro a outubro deste ano foram 33 vítimas contra 24 em 2009. Além de ter um alto índice de acidentes fatais, os 72 quilômetros de pista simples também registram ocorrências mais violentas, como o acidente que matou cinco pessoas de uma mesma família na noite da última terça-feira. Um Gol teria forçado uma ultrapassagem no km 663, bateu em uma caminhonete e acabou se chocando de frente com um ônibus. Entre as vítimas estava um bebê de apenas 2 meses de idade. Para reduzir a violência na rodovia, autoridades da região estão em campanha para duplicar a estrada.Nos 56 quilômetros de pista dupla da BR-277 entre Medianeira e Foz do Iguaçu foram registradas dez mortes neste ano. O inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Foz do Iguaçu, Julio Cesar Kloster, lembra que os acidentes no trecho de pista simples são mais violentos pelo fato de geralmente a batida ser frontal, como ocorreu no acidente de terça-feira. "Nos trechos duplicados, as mortes são causadas por acidentes como atropelamentos", enfatiza.

Em março do ano passado, a RPCTVlançou, em Foz do Iguaçu, a campanha Atitude Foz, realizada em parceria com o Instituto Ethos, que identificou a duplicação deste trecho da rodovia como prioridade para os municípios da região. O projeto fortaleceu campanhas de entidades de classe da Região Oeste que lutam pela duplicação.

Em junho deste ano, o Comitê Pró-Duplicação lançou a segunda fase do projeto Atitude Foz. Com o slogan "Não complica! Duplica", a campanha ganhou força e foi pauta da campanha eleitoral dos dois candidatos ao governo do estado, que se comprometeram em lutar pela duplicação. Nesta semana, o governador eleito Beto Richa (PSDB) esteve em Foz do Iguaçu participando de um evento evangélico e disse que entre todas as rodovias do Paraná, a duplicação da BR-277 entre Santa Tereza e Medianeira é prioridade absoluta.

Para o vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic), Leopoldo Furlan, a obra é urgente. "Daqui a pouco teremos de montar um cemitério em vez de duplicar a rodovia", disse. Furlan diz esperar do novo governo que assume em janeiro uma solução rápida para o problema.

Concessionária

De acordo com o superintendente da Ecocataratas – concessionária que administra o trecho –, Evandro Couto Vianna, existe um projeto pronto para a duplicação de 15 quilômetros a partir de Medianeira e outro que deverá ser concluído até janeiro que prevê mais 17 quilômetros.

Para o início dos trabalhos é necessário um acordo entre a concessionária e o governo do estado. "Se o governo autorizar, já podemos dar início à obra", afirma Vianna. O passo seguinte após a autorização é o início de um processo de licitação. O Depar­­tamento Estadual de Rodagem (DER) informou, em nota, que recentemente autorizou a concessionária a elaborar o projeto final de engenharia entre Santa Tereza e Céu Azul, mas não há uma data prevista para as obras.

"Fomos chamados para discutir a parte política há uns 90 dias, mas como era época de eleição ficou meio morno. Estou entendendo que isso vai ser repassado para o governo seguinte", relata Vianna

Para que a obra seja realizada é necessário, segundo a Ecocata­­ratas, rever o contrato de concessão. O Estado teria de investir recursos na execução ou aumentar o tempo de cessão da rodovia. Em nota, o DER informa que está discutindo juridicamente a extensão do contrato e as questões relacionadas à obra de duplicação. "Existe uma última possibilidade, que a gente espera não chegar nela, que é o aumento da tarifa", relata Vianna. Ele avalia que a extensão do prazo de concessão, que vence em 2021, seria a alternativa de menor impacto econômico para o usuário.

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