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Anderson Teixeira, candidato à presidência do Sindimoc, mostra tiro que atingiu seu carro | Hugo Harada / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Anderson Teixeira, candidato à presidência do Sindimoc, mostra tiro que atingiu seu carro| Foto: Hugo Harada / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Candidatos à presidência com problemas

Os dois candidatos que concorrem ao cargo de presidente do Sindimoc têm ou já tiveram problemas com a Justiça. O atual tesoureiro do sindicato Valdecir Boleti foi preso com Denílson Pires na operação Waterfront (leia texto). Já Anderson Texeira foi condenado a cinco anos e quatro meses de prisão por participação em um roubo.

Teixeira foi preso no município de Palmeira, nos Campos Gerais, em 1999. Ele foi condenado a cinco anos e quatro meses de prisão acusado de participar de um assalto a residência de um proprietário de guincho. Os quatro foram presos. A vítima do crime reconheceu todos, de acordo com o auto de prisão em flagrante. O ex-policial cumpriu pena em regime fechado e, no dia 29 de agosto de 2003, recebeu um indulto e a extinção da pena. O candidato negou (leia matéria do dia 16/09) ter cometido o crime e diz ter sido injustiçado.

O candidato à presidência do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba (Sindimoc) Anderson Teixeira, de 33 anos, sofreu um atentando na noite deste sábado (25) quando chegava em sua casa no bairro Sítio Cercado, em Curitiba, por volta das 22h30. Quatro tiros foram disparados em sua direção, mas nenhum o atingiu. A tentativa de homicídio ocorre cinco dias antes das eleições que vão eleger uma nova diretoria para o sindicato. As eleições devem ocorrer na próxima quinta-feira (30).

Os tiros foram disparados quando Anderson desceu do carro para abrir o portão manual. Ele conta que abriu o primeiro portão e quando desceu do veículo para abrir o outro, escutou a voz de alguém. "Ouvi chamar o meu nome, olhei para trás e vi um vulto, escutei os tiros e me joguei no chão da garagem."

Quando Anderson levantou, viu o veículo se afastando. "Eu não consegui identificar o carro, só enxerguei um vulto." Anderson diz que um vizinho viu o carro, mas não conseguiu anotar a placa. "Um vizinho nosso estava em casa e saiu para a rua, ele escutou o disparo e disse que era um Gol cinza escuro." O irmão dele estava esperando dentro do veículo e não foi atingido. O tiro que perfurou a parede da casa atingiu o sofá.

Anderson Teixeira é filho do ex-secretário-geral do Sindimoc, Alcir Teixeira, conhecido como "Zico", morto em fevereiro do ano passado ao chegar em casa durante uma suposta tentativa de assalto.

O candidato diz não querer acreditar que tenha sido motivação política, mas não acredita que tenha sido uma tentativa de assalto.

Ele relatou ainda que amigos e vizinhos de sua mãe e de seu irmão que moram no Xaxim viram o mesmo veículo circulando na última semana próximo da residência deles. "Eles passavam com o veículo e algumas vezes tiravam fotos das casas."

Teixeira trabalha como motorista do transporte coletivo de Curitiba e é ex-policial militar. Ele vai tirar a família da cidade e estará na cidade na próxima semana para concorrer ao cargo de presidente. As investigações do caso ficarão por conta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Eleições

A chapa de Anderson Teixeira é de oposição e se chama Zico, em homenagem ao pai. Anderson Teixeira concorre com Valdecir Boleti, da situação.

Antes mesmos das eleições, o pleito já havia deixado o clima tenso no Sindimoc. Na reunião que aprovou o regulamento das eleições, foi preciso chamar a polícia para controlar uma confusão que se formou.

Denúncias no Sindimoc

Na terça-feira (31/08), o presidente do sindicato e vereador de Curitiba, Denílson Pires (DEM), foi preso junto com outros dois funcionários da entidade – o advogado e ex-vereador Valdenir Dielle Dias pelo PSB - atual presidente estadual do PMN - e o tesoureiro Valdecir Boleti. O vereador e o antigo tesoureiro cumpriram prisão temporária e ficaram detidos no Centro de Triagem II, em Piraquara. Valdenir Dias ficou detido no quartel da Polícia Militar, no Rebouças. O assessor da diretoria social, Márcio Ramos, que era procurado, apresentou-se às autoridades. Os três homens e o quarto funcionário foram presos acusados de apropriação indébita.

Agentes do Gaeco cumpriram 17 mandados de busca e apreensão no Sindimoc no mês passado na operação denominada Waterfront. Cerca de R$ 120 mil foram recolhidos na sede da entidade e outros R$ 15 mil na casa do tesoureiro na sede da entidade. A origem do dinheiro não foi explicada às autoridades.

No início do mês de setembro, no dia 2, a presidente substituta Ana Ilibia Grein assumiu o Sindimoc no lugar do vereador Denílson Pires (DEM). Um novo tesoureiro compõe a diretoria. João Carlos Mesquita substitui Valdecir Boleti, também detido. O nome do novo assessor jurídico, que ficaria no lugar do ex-vereador Valdenir Dielle Dias não foi definido. O sindicato funciona normalmente, apenas com algumas dificuldades na área administrativa em razão da falta de alguns papéis que foram recolhidos pelas autoridades. O Ministério Público que investiga o caso deve devolver todos os documentos ao sindicato em até 30 dias.

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