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Confira a trajetória da bala |
Confira a trajetória da bala| Foto:

Eloá Cristina Rodrigues, a adolescente de 15 anos mantida refém durante cem horas pelo ex-namorado em Santo André (SP), permanecia internada em estado grave até o fechamento desta edição. Se sobreviver, ela corre o risco de ficar em estado vegetativo permanente. O neurocirurgião Marco Túlio Setti, que a operou, disse na manhã de sábado que ela teve uma "piora significativa". Os médicos esperavam uma reação nas primeiras horas após a cirurgia, realizada na sexta-feira à noite. Ainda no sábado, a diretora do Centro Hospitalar de Santo André, Rosa Maria Pinto Aguiar, disse que, num grau de risco de morte entre 0 a 10, Eloá estava no estágio 9.

De acordo com Setti, o trajeto da bala foi muito longo e atingiu grande parte do cérebro, alojando-se no cerebelo. A cirurgia foi feita para "corrigir a destruição" e não para retirar o projétil, que continua no mesmo lugar. Não há expectativa de uma nova cirurgia, segundo o médico. A bala foi disparada à queima-roupa, atingiu o lado direito da cabeça da garota e houve perda de massa encefálica. A outra bala que atingiu Eloá, na virilha, foi retirada durante a cirurgia. Nayara Rodrigues Vieira, de 15 anos, amiga de Eloá que também estava no apartamento, foi baleada no rosto.

Segundo o diretor do Instituto de Criminalística de Santo André, Nelson Gonçalves, os tiros que teriam sido disparados pelo seqüestrador Lindemberg Alves, de 22 anos, foram à queima-roupa. Após o desfecho do caso, ele esteve no apartamento onde elas foram mantidas reféns. Ele diz que a arma foi disparada a menos de 1 metro da cabeça de Eloá e, na seqüência, a uma distância de pouco mais de 1 metro em direção a Nayara. A principal hipótese para a posição dos envolvidos é de que Eloá estivesse sentada no sofá. Ele confirmou que os projéteis são de calibre 32.

Morte cerebral

Setti diz que Eloá está na pior pontuação numa escala que vai de 15 a 3 e existe a possibilidade de morte cerebral. A bala atravessou toda a cabeça de Eloá e, de acordo com o médico, não há resposta de atividade cerebral. De acordo com ele, em lesões cerebrais causadas por armas de fogo os danos costumam ser "desastrosos", com risco de estado vegetativo permanente. "O mais grave foi a proximidade da arma na cabeça", disse o médico em relação ao tiro à queima-roupa. Três neurocirurgiões participaram da operação, que durou pouco mais de três horas.

Nayara Rodrigues Vieira, de 15 anos, amiga de Eloá que também estava no apartamento, foi baleada no rosto. Ela passou por cirurgia e passa bem. O coordenador de serviço de cirurgia e traumatologia do hospital, Gabriel Pastore, disse que o tiro comprometeu as estruturas internas do lábio e do nariz, mas os tecidos já foram reparados. A bala entrou no rosto pelo lado direito, próximo ao nariz, e percorreu o espaço acima dos dentes, parando no canino esquerdo. O tiro comprometeu a base do nariz, e o osso foi reparado. De acordo com os médicos, Nayara não deve precisar de uma cirurgia plástica e vai ficar no hospital de sete a dez dias.

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