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Mais um policial acusado de participação no esquema que encobriu provas no caso da morte do estudante Rafael Rodrigo Zanella, em maio de 1997, foi condenado ontem. Carlos Henrique Dias era um dos escrivães do 12.º Distrito Policial, em Santa Felicidade, quando aconteceu o crime. Até o fechamento desta edição, às 23 horas, no entanto, a pena de Dias ainda não havia sido divulgada.

O julgamento de Dias foi o segundo em uma semana envolvendo acusados pela fraude. Em uma sessão que terminou na madrugada de quarta-feira, o policial Daniel Luís Santiago Cortes tinha sido condenado a 12 anos e 10 meses de prisão. Carlos Henri­que Dias foi a sexta pessoa julgada por envolvimento no caso da morte do estudante e era acusado de ter registrado os fatos de forma distorcida na noite do assassinato.

O advogado de Dias, Antônio Rabello de Mello, argumentou que não havia como ele saber que tudo se tratava de uma farsa. "Dias não participou da manipulação do local. Era escrivão e chegou à delegacia quatro horas depois da ocorrência. Ele acreditou nos policiais e registrou o que eles contaram", defendeu.

Durante o julgamento de ontem foram ouvidos os promotores do Ministério Público, os advogados de defesa, as testemunhas do réu e o próprio acusado. A sessão começou às 9 horas. Antes do julgamento foram sorteados sete jurados, dos 21 convocados, para formar o júri popular. O julgamento ocorreu no Tribunal do Júri, no Centro Cívico, em Curitiba.

Na próxima segunda-feira, será julgado Maurício Bittencourt Fowler, na época um dos delegados do 12.º DP. Ele teria sido o mentor da farsa e é acusado de tentar convencer os rapazes que estavam com Zanella a confirmar que o jovem era um traficante.

O crime

Na noite de 28 de maio de 1997, o estudante universitário Rafael Rodrigo Zanella foi abordado por três policiais civis – Aírton Adonski, Reinaldo Siduovski e Jorge Élcio Bressan –, pelo estudante de Direito Guilherme Vieira Doni e por um informante da polícia, Almiro Deni Schmidt. Estes dois últimos prestavam serviços de forma irregular no 12.º Distrito Policial (DP). Quando parou o carro que dirigia, o universitário, confundido com um traficante, levou um tiro na cabeça.

Logo depois do assassinato, os homens envolvidos no assassinato tentaram mudar a cena do crime. Eles colocaram um revólver na mão de Zanella e deixaram maconha na roupa dele. O objetivo era alegar que o rapaz era um traficante que reagiu à abordagem policial. Cerca de uma semana depois do fato, uma perícia revelou toda a armação realizada.

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