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São Paulo - Nos Estados Unidos, em 2050, segundo previsões de autoridades de saúde de Washington, praticamente todas as famílias do país terão alguém com diabete. Ao todo, um terço dos americanos adultos será portador dessa condição, já descrita por especialistas como a doença do século 21. Para complicar, a incidência do tipo 2, denominado no passado de diabete do adulto, tem aumentado em crianças e jovens.

Estima-se que, no mundo, o crescimento nos próximos 20 anos deverá ser de 54%, segundo a Federação Internacional de Diabete. De 284 milhões, o total de portadores subir para 439 milhões até 2030.

Ironicamente, a concentração no aumento de casos deve se dar em países emergentes como o Brasil, segundo Roger Mazze, diretor do Centro Internacional de Diabete e um dos mais conceituados especialistas dos Estados Unidos. Para Antonio Carlos Lerário, da Sociedade Brasileira de Diabete, isso é explicado pelo aumento do poder aquisitivo da população dos países em desenvolvimento e pela mudança no estilo de vida, hoje mais urbano.

A doença se desenvolve quando o pâncreas não produz insulina ou o faz de forma deficiente. Sem esse hormônio, a glicose que obtemos por meio dos alimentos não é absorvida pelas células e se acumula no sangue. As células, por sua vez, ficam subnutridas, o que causa danos aos órgãos. Há dois principais tipos de diabete. O tipo 1, menos de 10% dos casos, costuma surgir cedo e é desencadeado geralmente por fatores autoimunes. O tipo 2, mais de 90% dos casos, torna-se mais frequente à medida que a idade aumenta e é desencadeado normalmente por hábitos não saudáveis. Acomete principalmente obesos, hipertensos e quem tem altas taxas de colesterol.

Nos EUA, a epidemia de diabete é acompanhada de perto por governo, mídia e população. A Sociedade Histórica de Nova York abriu uma concorrida exposição para contar a história da insulina, essencial no tratamento.

Apesar dos avanços no tratamento do controle do açúcar sanguíneo (a doença não tem cura), o número de pessoas com diabete deve aumentar nos EUA do atual patamar de 1 em cada 10 adultos para 1 em cada 3 nas próximas quatro décadas. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, as causas podem ser várias. Em primeiro lugar, o envelhecimento da população tende a se acentuar. E faixas etárias mais elevadas correm mais riscos de desenvolver o diabete. O segundo motivo é o crescimento de minorias como a hispânica, que, segundo pesquisas, possuem mais predisposição de desenvolver a doença. Por último, os portadores do diabete, com os novos medicamentos, conseguirão viver mais tempo. Os médicos acrescentam a obesidade como uma das maiores responsáveis pelo diabete.

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