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Escritório foi furtado três vezes

Entre março e setembro deste ano o escritório de Jorge (a vítima não quis se identificar), na Rua Paes Leme (região central), recebeu a visita de Fernando Kleber Teodoro por três vezes. Na última, na madrugada de 1º de setembro, foram levados quatro monitores de computador, um notebook, quatro impressoras, um fax e duas furadeiras. Na mesma madrugada, outras cinco salas no mesmo prédio comercial foram furtadas. Portas foram danificadas e muita bagunça ficou pelo escritório. No furto do mês de março, o ladrão atuou durante o horário de almoço. "Entrei no escritório de volta do almoço e não achei meu celular. Achei que tinha deixado em casa, fui pegar o palm e também não achei. Aí vi que era um roubo, sumiu um notebook e a camisa do Bayern de Munique do meu estagiário", relatou.

Jorge acredita que Teodoro não atue sozinho. Outros estabelecimentos da região foram furtados e, num dos crimes, o ladrão carregou o computador nas mãos e ficou esperando um táxi em frente ao prédio de Jorge. Numa dessas ocasiões, dois homens foram vistos parados na calçada, sem fazer nada, olhando para os lados. Seriam dois rapazes fortes, um com a cabeça raspada e outro de cabelos castanhos. "Eles dão cobertura enquanto o outro entrava nas salas. Teve um dia que eles estavam parados na calçada e ouvi batidas na porta do escritório. Não abri e a pessoa repetiu quatro vezes, até que meu funcionário abriu a porta. Ele disse que era engano e logo depois os dois rapazes da calçada foram embora. Certeza que se não tivesse ninguém eles iam entrar", disse.

A Polícia Civil de Londrina, no Norte do Paraná, quer saber quem é o receptador dos produtos furtados por Fernando Kleber Teodoro, de 33 anos, preso preventivamente na última sexta-feira por decisão da 5ª Vara Criminal. Teodoro, que é chaveiro profissional, praticava roubos a apartamentos residenciais e salas comerciais há pelo menos seis meses. Ele apanhava chaves nas imobiliárias sob alegação de que estaria interessado nos imóveis.

Preferencialmente, ele furtava notebooks e câmeras fotográficas profissionais, mas se houvesse jóias, dinheiro e outros produtos de informática disponíveis, ele também os tomava. Teodoro está preso no 2º Distrito Policial e vai continuar detido enquanto responde ao processo, e a investigação continua em busca de mais pessoas envolvidas.

O que justificou o pedido de prisão, afirmou o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, Sérgio Barroso, foi a quantidade de pessoas que dizem ser vítimas do tipo de furto praticado por Teodoro. A Polícia Civil não tem um levantamento, mas há boletins de ocorrência registrados na Delegacia de Furtos e Roubos, no 1º e no 4º Distritos Policiais. Teodoro já havia sido preso em 2005 e em 2006, em flagrante de furto e por tentativa de furto, respectivamente.

O que os crimes têm em comum é o modus operandi de Teodoro. "Ele fazia um levantamento de quais apartamentos tinham os bens que ele queria. Depois, procurava apartamento para alugar ou vender no mesmo prédio, ia na imobiliária e dizia que estava interessado em visitar. Com o pretexto de visitar o imóvel, ele entrava no prédio e ia no apartamento que ele queria furtar", explicou.

Com os conhecimentos de chaveiro, na maioria das vezes, Teodoro abria as portas, procurava o que queria e, ao ir embora, trancava as portas. "Ele não fazia bagunça, só pegava aquilo que estava procurando. Muitas vezes, a vítima ia perceber o furto dias depois, só quando fosse procurar o equipamento."

As regiões preferidas para a prática dos furtos eram a região central e zona sul. A identificação foi facilitada por meio das imagens das câmeras de segurança, mas Barroso faz uma ressalva. "Na maioria dos casos, as imagens não têm resolução suficiente, ou então as imagens não são gravadas ou até são, mas tão rápido, que não servem para nada", alertou.

Como Teodoro já era conhecido da Polícia Civil, a prisão foi efetuada horas depois que o mandado foi expedido. Ele foi preso na Rua Sergipe, próximo ao Calçadão. Em seu poder estavam alguns pen drives furtados com informações de pessoas de Cornélio Procópio, o que indica que pode haver vítimas naquela cidade também. Teodoro não estava armado no momento da prisão.

Barroso faz um alerta para a necessidade de as imobiliárias não permitirem que pessoas interessadas em visitar imóveis para venda e locação o façam sozinhas. "É preciso sempre um funcionário ir junto e o porteiro ficar atento ao tempo que o visitante demora", disse.

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