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Em Ciudad del Este, famílias estão desabrigadas há várias semanas | Christian Rizzi/ Gazeta do Povo
Em Ciudad del Este, famílias estão desabrigadas há várias semanas| Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo

Foz do Iguaçu - As constantes chuvas que atingem o Paraná e estados vizinhos há mais de um mês têm tirado o sono de dezenas de famílias ribeirinhas da fronteira. Com as precipitações registradas nos últimos dias, os níveis dos rios Paraná e Iguaçu estão em média 15 metros acima do nível normal. No lado brasileiro, os moradores das áreas mais baixas estão sendo transferidos para áreas mais altas, porém alguns ainda resistem. No lado paraguaio, já chega a 80 o número de famílias desabrigadas pela enchente.

Considerada atípica para essa época do ano, a vazão na confluência dos dois rios ultrapassou o dobro do normal ontem, atingindo 29,2 mil metros cúbicos por segundo. Em Foz do Iguaçu, a água avança principalmente em direção aos bairros mais próximos do ponto onde fazem fronteira Brasil, Paraguai e Argentina e da Ponte da Amizade. Em Ciudad del Este, a cheia agravou a situação no bairro San Rafael, onde cerca de 80 famílias estão desabrigadas, muitas delas há quase um mês, quando os rios Acaraymí e Paraná começaram a subir.

Alertada pela Comissão de Cheia da Itaipu Binacional, que monitora a vazão dos dois rios, a Coordenação Municipal de Defesa Civil começou a informar as famílias e iniciar a remoção das mais ameaçadas ainda no fim de semana. Com medo de saques, a maioria se nega a abandonar o local e prefere se abrigar em barracas de lona. "A ameaça é grande, mas muitos vão ficar até não terem mais condições. Estamos monitorando e, se a situação piorar, eles terão de sair", comentou o diretor-operacional da Defesa Civil em Foz do Iguaçu, Júlio Kasmin.

O nível dos rios deve manter os mesmos patamares por mais um dia. A partir de amanhã ou quinta-feira, a previsão do tempo indica mais chuvas para a região e, consequentemente, mais alagamentos. Com o grande volume de água, o vertedouro da usina de Itaipu passou quase metade do mês de setembro aberto, situação que se repete agora em outubro. Segundo a assessoria de imprensa da hidrelétrica, situação semelhante só foi registrada no fim dos anos 80. Nas Cataratas do Iguaçu, o volume de água era oito vezes maior que o normal.

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