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Cleverson Schimitt, assassino confesso do escritor Wilson Bueno, durante coletiva à imprensa, na quinta-feira | Fotos: Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Cleverson Schimitt, assassino confesso do escritor Wilson Bueno, durante coletiva à imprensa, na quinta-feira| Foto: Fotos: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Faro-fino

Após encontrar o canhoto com o nome de Cleverson Pe­trecelli Schimitt, a polícia começou a monitorar as liga­ções do celular da vítima. Dois telefones e uma máquina fotográfica foram levados pelo rapaz, após o crime.

- A polícia descobriu que Schimitt utilizava sempre a mesma empresa de táxi em Fazenda Rio Grande. Com a ajuda da empresa, o delegado encontrou o número de telefone do suspeito.

- Os policiais começaram a seguir os passos do suspeito. Schimitt foi preso na noite de quarta-feira.

- O rapaz foi levado até a casa do escritor. No local, mostrou onde guardou a faca na cozinha.

- Schimitt ajudava a montar torres de celular e fazia programas de vez em quando. Fã da série de televisão americana CSI, após o crime o rapaz vestiu meias nas mãos para não deixar impressões digitais, tirou os calçados e lavou a faca. Mesmo com tentativa de mudar a cena do crime, acabou deixando a prova que iniciou toda investigação: o canhoto do cheque com o nome dele.

  • Familiares de Bueno choram depois de confissão pública de Cleverson

Um rapaz de 19 anos confessou ter assassinado o escritor Wilson Bueno, encontrado morto na última segunda-feira em sua casa, no bairro Tingui, em Curitiba. Cle­verson Petrecelli Schimitt foi preso, na noite de quarta-feira, em Fazenda Rio Grande, município da região metropolitana de Curitiba onde morava. De acordo com o delegado-titular da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), Silvan Rodney Pereira, a polícia começou a investigar o autor do crime quando descobriu no local do crime um canhoto do cheque do escritor com o nome de Cleverson e o registro de pagamento de R$ 130.

Segundo o próprio Schimitt, apresentado pela polícia ontem, parte da quantia recebida, R$ 70, seria pagamento por um programa sexual. O restante do dinheiro seria um adiantamento pela ajuda que Schimitt prestaria para desmontar uma casa de madeira da família da vítima, nas imediações.

"Ele negou por pouco tempo e acabou confessando espontaneamente", afirma o delegado. No depoimento em que admite o assassinato, Schimitt conta que a noite do crime foi a terceira vez em que se encontrou com a vítima. A Gazeta do Povo teve acesso ao documento. Durante a confissão, Cleverson afirma que conheceu Bueno na noite do dia 28 de maio, na Sauna Opinião, em Curitiba.

Os dois teriam ido à casa de Bueno, onde teriam passado a noite. Na manhã seguinte, dia 29, o rapaz recebeu R$ 70. No início da noite da mesma data, o garoto de programa teria voltado à residência de Bueno após um convite da vítima. Segundo o depoimento, Schimitt teria passado novamente a madrugada no local e ido embora na manhã de domingo, dia do crime, depois de receber o cheque de R$ 130 e acertar a ajuda para desmontar a casa dos familiares de Bueno.

Schimitt diz que, durante o domingo, recebeu uma ligação de Bueno. O escritor teria telefonado para avisar que o cheque seria sustado. O rapaz já teria repassado o cheque para pagar um bujão de gás e não queria sujar seu nome. Ao voltar à casa do escritor para cobrá-lo, o jovem conta ter sentido cheiro de maconha e que teria questionado o escritor sobre a droga.

"Ele ficou bravo porque eu descobri (que o escritor usaria maconha)", ressalta. Em meio à discussão, Schimitt teria ido até a cozinha onde pegou uma faca. De acordo com ele, ao voltar para o escritório com a faca escondida, Bueno, ainda nervoso, teria tentado dar um soco no rapaz. "Ele tentou pegar no meu pescoço. Foi quando eu dei a facada no pescoço dele", afirma.

Depois de desferir a facada no escritor, Schimitt, que admite ser usuário de drogas, revirou a casa em busca de dinheiro e encontrou dois celulares e uma máquina fotográfica. Em seguida, pegou um ônibus e voltou para Fazenda Rio Grande.

O irmão de Bueno, João San­tana, presente na coletiva, nega que o escritor fosse usuário de drogas e tampouco violento.

Cleverson deve permanecer preso na DFR. Em razão do roubo dos telefones e da câmera, vendidos por R$ 100, Schimitt deve ser autuado pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte).

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