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Fã é um ser que desconhece limites. Indiscutivelmente, o jejum de oito anos do cantor e compositor Chico Buarque em Curitiba mereceu todo o carinho do público curitibano nas três apresentações no Teatro Guaíra. Mas a ânsia de registrar a passagem do artista pela capital extrapolou o bom senso. Liberada para fotografar o espetáculo, a platéia não economizou baterias de câmeras digitais e celulares e torrou os flashes até a quinta ou sexta canção, ainda na terça-feira. O incômodo para os demais e para o próprio artista seria menor se as fotos fossem feitas em momentos estratégicos, como a entrada, os raros intervalos entre uma canção e outra, e nos retornos ao palco.

Bons tempos em que o intervalo entre um embarque e outro nas estações-tubo era de, no máximo, cinco minutos. Hoje em dia é fácil precisar esperar quase meia hora por um ônibus. Dia desses, os usuários das linhas Santa Cândida/Capão Raso e Pinheirinho/Rui Barbosa viram mais de seis carros passarem no sentido centro–bairro, na região do Água Verde, enquanto aguardavam condução na estação-tubo do lado oposto. De repente, nada menos que seis ônibus, todos Santa Cândida/Capão Raso, passaram juntos. O primeiro foi lotado, e o último, vazio. Situação que não ajuda em nada nos cálculos dos custos do transporte coletivo.

Curitiba guarda contrastes interessantes para quem se dispõe a observar a cidade. Em meio ao movimento de uma via rápida ou canaleta, entre prédios, estabelecimentos comerciais, fluxo de gente indo e vindo, há casas antigas instaladas no meio do caos. Parecem ilhas de tranqüilidade no meio da selva de concreto. Jardins bem cuidados, soleiras e beirais pintados e fachadas caprichadas geralmente pertencem a antigos moradores, que, protegidos em seus "bunkers", resistem ao crescimento da cidade grande.

O episódio foi protagonizado por uma estudante de Odontologia de uma faculdade particular e um professor, diante de uma perplexa turma do terceiro ano do curso. A lista de material para as aulas práticas ficava em R$ 3 mil, e, apesar de manter as mensalidades em dia e a freqüência nas aulas, a garota ainda não tinha conseguido comprar tudo e corria o risco de não participar da atividade. Foi avisar o professor de sua condição, quando ouviu, juntamente com os colegas, o aviso: "Então é melhor você desistir porque Odontologia não é curso para pobre", disse. Ser professor também não é para qualquer um.

Esfarrapados e pálidos, os morto-vivos vão invadir as ruas centrais de Curitiba amanhã. O II Zombie Walk pretende homenagear o cineasta George Romero, diretor de filmes do gênero. A concentração será às 16 horas, na Praça Santos Andrade, para a cambaleante caminhada até ao bairro São Francisco, onde o grupo assiste a um festival de rock, no fim da tarde. Qualquer um pode participar, mas é importante respeitar a indumentária: nada de fantasias de serial killers ou criaturas de terror. O zumbi é um cadáver em decomposição. E os de mentirinha também não têm cunho partidário ou religioso.

O número de pedintes nos semáforos da região da Vila das Torres, em Curitiba, costuma ser bastante grande, mas aumenta consideravelmente em época de festas, como o Natal e a Páscoa. Ontem, dezenas de crianças se aglomeravam na beira do asfalto à espera de um gesto de caridade dos motoristas. Quem estiver com este espírito pode passar por lá. Criança pedindo chocolate é o que não falta.

Lula e os controladores de vôo irão trabalhar hoje, Sábado de Aleluia, nem que seja na marra. Pelo menos na Malhação de Judas organizada pelos moradores do bairro Taboão, em Curitiba. A tradição é mantida no bairro há mais de 60 anos e reúne moradores, descentes de italianos e poloneses, para a farra de Judas. A de hoje começa às 9 horas.

"A memória é um diário que todos andamos carregando conosco." Oscar Wilde.

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