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Anos atrás, e bota anos nisso, o "modesto" colunista que vos escreve fazia uma coluna num jornal da capital. Num daqueles anos, uma segunda-feira coincidiu com o famoso 1.º de abril. Como tinha então uma coluna esportiva e era tido como um cronista sério, aproveitei a data, só contei mentiras e causei confusão.

Eis três delas:

Contei que o Jofre Cabral, que era presidente do Atlético e do Clube Santa Mônica, tinha vendido a "Baixada" e que os jogadores iriam treinar e concentrar na sede do Santa Mônica. Fui informado que pelo menos 367 sócios ligaram lá e xingaram a diretoria.

Outra foi a que o João de Pasquale, então dono do Bar do Pasquale, no Passeio Público, havia ganho o grande prêmio da Loteria Federal. Por volta das oito horas, umas freiras foram lá pedir uma contribuição para um orfanato.

A última foi com o sr. Brotto, patriarca de uma família curitibana. Era torcedor fanático do Coritiba. Publiquei que o clube, na calada da noite havia vendido o então grande craque Krüger, e também havia comprado o atacante Zé Roberto, que era a grande estrela do rubro-negro. Um de seus filhos me contou que seu Brotto, tão logo leu a notícia, ao tomar o café da manhã, além de xingar a diretoria com palavrões, jogou tudo que tinha à sua frente no chão.

Dr. Requião e o litro de leite – Em 1986, com o Plano Cruzado, os preços foram congelados e faltou de tudo no Brasil, especialmente leite. O advogado Rubens Edmundo Requião saiu de casa com a incumbência de achar leite de qualquer jeito, pois tinha filhos pequenos.

Saiu, demorou, mas voltou com um pacote de 1 litro. Sentou-se à mesa, começou a ler a Gazeta do Povo e ficou à espera do café. Dona Betinha, sua esposa, perguntou onde tinha conseguido o leite.

– Na farmácia! – disse.

Betinha tornou a perguntar, meio zangada, não levando em conta a informação do marido.

– Na farmácia! – repetiu o dr. Requião.

Depois de sentir a total irritação da esposa pela informação estapafúrdia de encontrar leite na farmácia (hoje é comum encontrar o produto nas farmácias), o Requião acabou explicando.

Ele tinha ido a vários supermercados, padarias e mercearias e nada encontrou. Quando saía da panificadora Pão e Mel, na esquina da Rua Carlos de Carvalho com a Ângelo Sampaio, cruzou com o proprietário da França Farma, ali vizinha. Contou sua odisséia e foi convidado a entrar na farmácia. Lá nos fundos, longe de olhares curiosos, seu França, mostrou-lhe um monte de pacotes de leite.

– Quantos quer? – perguntou o seu França.

Requião embrulhou seu precioso litro de leite em uma folha de jornal e voltou para casa sentindo-se um guerreiro vencedor de grandes batalhas.

Vovô babão – Tenho 14 netos, um mais sapeca e sabido que o outro. Leila, hoje quase uma mocinha, quando tinha 3 anos assistia ao programa do Jô Soares e viu mostrados vários bichos, ao vivo, entre eles um elefante.Surpresa e fazendo cara de espanto, comentou:

– O elefante tem o "peru" na boca...

Eduardo, outro neto, já um mocinho e estudioso, então com 6 anos, ao ver o carro enguiçado de uma amiga da mãe, sugeriu:

– Chame o esguicho...

O distraído Groff – A sra. Rose Coelho, esposa do meu amigo Mário Coelho, hoje uma bem sucedida empresária do ramo de confecções femininas, anos atrás participou de um evento na joalheria Bergerson e contou que quando era recém-casada ganhara uma máquina de lavar roupa, e que logo em seguida vendeu-a para comprar um anel de brilhantes. E continuou lavando roupas no tanque.

Um diretor da famosa joalheria achou a história tão emocionante que brindou-a com um "chuveiro" – aquele anel de brilhantes com várias pedras.

Ao ouvir a história, o Luiz Groff, distraído, comentou:

– Rose, você trocou uma máquina de lavar por um chuveiro? E pelo menos era elétrico?

O microfone do sr. Atílio Fontana – O sr. Atílio Fontana, fundador da Sadia, na inauguração de uma agência do Banco do Brasil nas dependências do frigorífico, em Concórdia (SC), foi entrevistado por um repórter da rádio local.

O repórter solícito disse ao "big boss" da empresa:

– Sr. Atílio, o microfone é seu.

– É! Não só o microfone como toda a rádio, não é?

De fato: a rádio era dele.

Wílson Moreira, o econômico – Wílson Moreira, ex-prefeito e ex-deputado federal por Londrina, citado como um dos melhores que passou por lá. Contam que ele era muito austero no exercício da função e que geralmente mandava seus auxiliares para Curitiba, de ônibus, e sem maiores mordomias.

Homem de sucesso na sua vida particular, era econômico em tudo. Os seus amigos brincavam que, uma noite, uma vizinha que morava num prédio defronte notou que uma luz acendia e apagava sistematicamente no apartamento do prefeito. Pensando que era um curto circuito, ligou para o Corpo de Bombeiros informando que poderia estar ocorrendo uma anormalidade por lá e que não tivesse ninguém em casa.

Os bombeiros chegaram, apertaram a campainha e foram atendidos pela esposa do sr. Wílson. Explicaram o motivo da visita inesperada, mas ela os tranqüilizou:

– É que o Wílson é muito econômico e quando está lendo, cada vez que vai virar a página, apaga a luz para não desperdiçar energia.

Bacalhau com purê de batatas

Ingredientes

para 4 pessoas:

Uma posta (lombo) de 800 gramas dessalgada; uma cebola picada; azeite de oliva; meio quilo de batata inglesa; um maço de salsa picada, sal e pimenta-do-reino a gosto e um copo de leite.

Os portugueses dizem que para dessalgar o ideal é trocar sete águas. Depois de retirar a pele e os ossos, desfie. Deixar refogar a cebola com bastante azeite temperado com a pimenta e o sal. Juntar o bacalhau no refogado. Caso necessário, junte um pouco de água mineral, fervente. Faça um purê mais denso, com as batatas e o leite e o mistura ao bacalhau. Quando estiver refogado, enfeite com a salsa e sirva quente.

A coluna é dedicada à competente psicóloga, jornalista e agora radialista Maria Rafart.

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