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Colégio Paranaense, no bairro do Seminário. Em 1940 |
Colégio Paranaense, no bairro do Seminário. Em 1940| Foto:
  • Colégio Progresso, antiga Escola Alemã. Na Praça 19 de Dezembro, agosto de 1940
  • Escola Técnica do Paraná, atual UTFPR. Em foto de 5 de agosto de 1940
  • Colégio Belmiro César, na Avenida Vicente Machado. Em 20 de agosto de 1939
  • Colégio Estadual do Paraná, em construção. Março de 1948
  • Ginásio Paranaense, na Rua Ébano Pereira. Em 1950

Os prezados leitores, que frequentaram as carteiras das escolas do passado –, por mais que tenham imaginação fecunda – jamais acreditarão que eu tenha vivido uma experiência surrealista dentro de uma sala de aula de faculdade. Acreditem, em meus 75 anos de existência, jamais me deparei com tamanha falta de conhecimentos e, mesmo, falta de vontade de tê-los.Atendendo a convite de um professor amigo, fiz uma palestra para seus alunos, quase duas horas, contando minhas experiências de vida. Em facetas, desfilei da infância à juventude. As incríveis peripécias descritas em tertúlias, ouvidas na sapataria de meu pai, e os empregos que tive e as tarefas fantásticas que executei. Afinal de contas, descrevi o que poderia vir a ser o roteiro de um filme.

O resultado foi surpreendente. Os ilustres alunos ou me acharam um grande mentiroso, ou um velho careca caduco; ou, então, não entenderam nada do que falei. O que realmente me preocupou. A tal palestra foi tema da prova do mês, e o resultado, em menos de duas laudas tamanho ofício, foi algo muito parecido com O Samba do Crioulo Doido, do Sérgio Porto.

No começo deste mês, saiu uma reportagem, aqui na Gazeta do Povo, falando sobre jovens e crianças na escola, em que se lê: "O Pa­­­­ra­­­ná é o quarto pior estado em termos de atendimento de crianças e jovens na escola. Fica acima apenas dos estados do Acre, Rondônia e Amazonas".

Entretanto, não é de causar admiração tal descaso com a educação. Principalmente, pela parte que toca ao governo do estado. A nossa qualidade de ensino nos estabelecimentos particulares é boa, apesar de cara. As Universidades também estão conceituadas, principalmente as federais, que têm suas vagas altamente disputadas.

O resumo da história: a cultura dos nossos jovens está ligada a duas coisas: videogames e televisão. Hoje, ninguém mais abre um livro para ler. Quem não lê não sabe escrever. A internet é a madrinha dos burros; está na internet é verdade, o resto é mentira – o que realmente, muitas vezes, é ao contrário. Trabalhos escolares são copiados via computador e jamais são lidos pelos "autores", e os professores recebem pilhas de mesmices dos seus alunos.

Termino com algumas pérolas de vestibulandos, extraídas da dita internet: "Lavoisier foi guilhotinado por ter inventado o oxigênio"; "O nervo ótico transmite idéias luminosas"; "O vento é uma imensa quantidade de ar"; "As aves têm na boca um dente chamado bico"; "Os analfabetos nunca tiveram a chance de voltar à escola"; "Tiradentes depois de morto foi decapitulado"; "Em Esparta as crianças que nasciam mortas eram sacrificadas"; "A Terra é um dos planetas mais conhecidos no mundo".

E viva nóis que sabemo de tudo! Vamos deixar de burrices, para mostrar algumas fotos de antigos e bons colégios da Velha Curitiba.

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