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Coleção de fotos da Estrada de Ferro, na Serra do Mar, colocadas num único postal por Arthur Wischral | Acervo CID DESTEFANI
Coleção de fotos da Estrada de Ferro, na Serra do Mar, colocadas num único postal por Arthur Wischral| Foto: Acervo CID DESTEFANI
  • Vista geral de Vila Velha com suas formações rochosas. Foto de Kalkbrenner
  • A Vila de Guaratuba, em postal de A. Weiss
  • O ponto de parada para o café, na represa de Voçoroca. Bons tempos da parada dos ônibus da Lapiana
  • Vista das praias de Matinhos e Caiobá. Foto de Henkel
  • Foto de um detalhe das Sete Quedas no Rio Paraná. Hoje sob as águas da represa de Itaipu
  • A formação denominada Taça, em Vila Velha. Ao seu pé, o fotógrafo José Kalkbrenner Filho
  • Cataratas do Iguaçu, vistas do lado argentino. Impressão de Paraná Cart

Como meio de comunicação os postais funcionaram durante anos, até o surgimento da internet, seguida pelos telefones celulares com capacidade de fotografar e filmar tudo o que esteja em seu alcance. O cidadão comum virou, de uma hora para outra, no fotógrafo do momento, do flagrante do acontecimento e, juntando a tudo mais, um especialista em paisagens turísticas.

As imagens são remetidas para o mundo inteiro em poucos segundos, sem a interferência do serviço de postagem pelos Correios, sem o custo dos selos. É tudo no de graça. Acabou aquela troca de correspondência, muitas vezes feita de um continente a outro, em viagens que levavam meses para atravessarem os oceanos e aportarem no destino. Era a troca poética de lembranças e recados escritos nos versos de fotografias, impressas em cores ou, na maioria, em preto e branco. Hoje, os postais são peças de museus, negociados em sebos e até mesmo jogados fora como objetos imprestáveis, que estão tomando lugar em espaços exíguos.

No auge de sua valorização, o postal era produzido no mundo inteiro e constituía-se num meio de comunicação que transportava diversas mensagens. Nas do remetente que ajudava a propagar locais do mundo inteiro, existem postais que são verdadeiras obras de artes gráficas. No século passado, em Curitiba, a comunicação entre os moradores de arrabaldes distintos era feita através de recados, principalmente entre as mulheres. Se uma delas, moradora do Centro, desejava convidar uma família amiga de algum bairro para uma visita, o fazia da seguinte forma: chamava um menino recadeiro, seu conhecido, e mandava levar o convite escrito no verso de um postal da própria cidade.

Para tais comunicações, os postais serviam em razão de não existirem outros meios, como telefones. A mensagem escrita era portada com cuidado, pois, além da sua importância, havia ainda o valor da fotografia em que estava inserida.

Hoje, a Nostalgia faz uma pequena homenagem lembrando alguns dos fotógrafos e a empresa curitibana que produzia postais com vistas do Brasil inteiro. No século 19, surgiu aqui o alemão Adolph Volk, que lançou os primeiros postais fotográficos da cidade. Em seguida os Irmãos Weiss entraram no ramo. Arthur Wischral iniciou a produção de fotos documentais, acompanhado por outros, que faziam o mesmo no interior do estado.

Outro alemão, que veio prestar seus préstimos na Impressora Paranaense, dedicou seu tempo de folga para produzir postais da cidade e de aspectos turísticos, foi o mais fecundo de todos e assinava seus trabalhos com as iniciais AH, era Armin Henkel. A grande cliente de profissionais como Wischral e Henkel era a Estrada de Ferro, que adquiria fotos de suas estações e principalmente das obras feitas na Serra do Mar.

Na década de 1950 surgiu a Paraná Cart, pertencente à Sociedade Comercial Gráfica Paranaense, firma criada pela Impressora Paranaense, esta dirigida por Oscar Schrappe Sobrinho e que era responsável pela produção de postais de todo o Brasil, assim como da Revista Panorama. Os fotógrafos que produziram a maioria dos postais de responsabilidade da Paraná Cart foram Hellmut Wagner e José Kalkbrenner Filho, meus velhos amigos e companheiros. Hellmut, já falecido, foi o fotografo do Paraná mais premiado até hoje.

Em homenagem a esses artistas, que executaram com poesia e amor os seus trabalhos, seguem as fotos da Nostalgia deste domingo.

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