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Prado do Guabirotuba, público masculino, 1940 |
Prado do Guabirotuba, público masculino, 1940| Foto:
  • Senhoras no Prado
  • Estação do Aeroporto Afonso Pena, com público
  • Enfermeiras desfilando na Rua XV
  • Escritor Érico Veríssimo dando entrevista

De bom grado e na medida do possível e do conhecimento, gosto de atender quando sou procurado para dar informações sobre a história da nossa cidade. Quando se trata de uma pesquisa séria estou sempre à disposição. Escolas, faculdades, mestres e alunos conseguem usufruir meus conhecimentos, embora parcos. Sinceramente não aprecio lorotas e invencionices de alguns mal-informados. Conversas descontraídas acontecem, principalmente entre velhos amigos e conhecidos. Na semana que passou tivemos um papo sobre costumes no trajar, o que redundou na matéria de hoje da Nostalgia.

Na atualidade, a moda é bem diferente. Os figurinos que são seguidos não têm parâmetros com os de tempos passados. Outro dia, tomando um cafezinho com alguns conhecidos, ali na avenida, surgiu a comparação com o modo de trajar da atualidade com o que era usado na década de 1940. O tema usado foi a elegância do trajar naquela época. Homens usando ternos, gravatas e chapéus; as mulheres com vestidos ou saias, coisa que pouco se vê hoje em dia, adornos usados somente em reuniões sociais mais finas.

O chapéu usado pelos homens, além de se prestar como proteção, servia para mostrar sinal de respeito quando era retirado galantemente ao se cumprimentar qualquer senhora, numa solenidade cívica, num acompanhamento de um funeral ou ao se adentrar em qualquer ambiente fechado. As mulheres usavam chapéus dos mais diversos modelos, dando-lhes um toque especial de elegância. Tudo isto lá pelos anos quarenta.

A gravata usada pelos homens era um complemento indispensável junto ao uso do terno, sendo este complementado pelo colete. Terno designava o trio: paletó, calça e colete. A camisa, sempre branca, era engomada, sendo o colarinho o que mais recebia este tipo de apresto.

Na década de 1950, principalmente em seu final, os usos foram sendo relegados e como sempre a moda era ditada pelo cinema. Entrou no vestuário o uso de calças compridas para as mulheres. O brim zuarte era a coqueluche da juventude, que passou a usar camisas estilo gandolas, soltas sobre as calças. Chapéu? Nem falar: como poderiam ser usados sobre vastas cabeleiras besuntadas de brilhantinas em caprichado penteado de topete e abotoado na nuca? Era o fim do chapéu.

Hoje em dia está aparecendo o terno no dia-a-dia em uso por bancários ou funcionários de escritórios mais sofisticados. Quem usa chapéu na atualidade é ponto de referência no meio da multidão – Olha lá, é aquele cara do lado do de chapéu –, o que não deixa de ser mais uma serventia, além de ser usado para proteger carecas.

As imagens que usamos hoje são exatamente o retrato dos anos quarenta. Vamos até o antigo Hipódromo do Guabirotuba, cujas domingueiras reuniam a sociedade curitibana. Na fotografia maior temos uma quantidade considerável de apreciadores do turfe. A quase totalidade está devidamente coberta por seus chapéus. Na outra foto temos um detalhe das senhoras presentes. A elegância no trajar se faz notar.

Outra foto nos mostra um grupo de enfermeiras, muitas delas voluntárias e mesmo pertencentes à dita alta sociedade. Era tempo de guerra no início dos anos quarenta e a Cruz Vermelha era o chamado ideal para o sexo feminino.

Em meados da década de quarenta passou a funcionar o Aeroporto de Afonso Pena (1946) e o grande público para lá se dirigia quando alguém importante chegava. Temos a imagem da estação do aeroporto com grande público. A foto foi feita do alto da torre de controle que ainda era de madeira. No mesmo aeroporto, vemos o escritor Érico Veríssimo dando entrevista à Rádio PRB 2 na sua chegada a Curitiba em fins de 1947 para o lançamento do filme "Olhai os Lírios do Campo". O entrevistador, de chapéu, era o radialista Aldo Silva.

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