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O curitibano curtia o centro da cidade como ponto de encontro, principalmente aos domingos, como nesta foto da esquina da Rua Marechal Floriano com a Quinze de Novembro, em 1948 | Acervo Cid Destefani
O curitibano curtia o centro da cidade como ponto de encontro, principalmente aos domingos, como nesta foto da esquina da Rua Marechal Floriano com a Quinze de Novembro, em 1948| Foto: Acervo Cid Destefani
  • As chegadas e as partidas se davam na Estação de Bondes da Praça Tiradentes. Os bondes traziam moradores do Portão, do Bacacheri, do Guabirotuba, do Seminário e do Pilarzinho. Foto de 1948
  • O Passeio Público, a praia do curitibano, chegou a possuir barco a motor que os frequentadores curtiam passeando no lago aos domingos. Foto de 1950
  • O futebol sempre foi atração, o povão enfrentava os estádios mesmo sem a comodidade da atualidade. Na foto a assistência acomodada, em pé, na geral do bosque do Estádio Joaquim Américo, em 1948
  • Um público numeroso transita até a Ilha da Ilusão, no Passeio, através de uma ponte improvisada sobre canoas. Foto de 1941
  • Nas corridas do Prado do Guabirotuba a mulher curitibana marcava sua presença, como nesta foto de 1941
  • Olhar vitrines no centro da cidade, um dos programas dominicais do curitibano no passado
  • Turfista e frequentador assíduo do Prado do Guabirotuba eram o interventor Manoel Ribas, que aqui vemos com sua mulher Anita, em foto de 1941

A Curitiba dos ditos velhos e bons tempos era mais vivenciada pelos seus habitantes. O curitibano curtia todas as atrações que a cidade oferecia e que se enquadravam dentro das possibilidades de cada pessoa. Nada melhor do que um domingo com tempo bom para mergulhar nas coisas que a urbe punha a disposição de seus moradores.

O domingo tinha varias atrações desde o seu inicio. O movimento começava logo no alvorecer, pessoas indo assistirem as primeiras missas, agitação na Estação Ferroviária com o pessoal que ia curtir uma visita a Paranaguá ou então que ia pescar no Rio Iguaçu na região de Araucária, Guajuvira e Porto Amazonas. Grupos preparavam seus farnéis para curtir a natureza em piqueniques que não iam muito além das chácaras que circundavam Curitiba.

A cidade oferecia atrações que começavam pela manhã como as matinadas nos cinemas do centro com uma leva de desenhos animados que era a alegria da arraia miúda, ou então programa infantil no auditório de uma das emissoras de radio. Era raro o domingo que não tivesse programado pelo menos uma festa de igreja, daquelas com rifas de bolos, serviço de alto-falantes com direito a oferecer musicas as mocinhas presentes e um supimpa almoço de churrasco temperado na tina, aqueles filés com rabo. Como diria o amigo sacristão polaco: Paremo, que não guento de fome!

Pelos bairros e subúrbios também se realizavam domingueiras, por todos os cantos existiam campos de futebol e clubes de várzea que promoviam festivais, também animados pelos alto-falantes, churrascos, cervejas e outras brincadeiras que levavam os frequentadores a curtir o domingo de manhã à noite.

À tarde os cinemas ficavam lotados em suas matinés, cujos frequentadores movimentavam um concorrido footing pela Rua XV de Novembro, antes e depois das sessões. Nos estádios dos clubes da primeira divisão sempre aconteciam disputas entre os sete times profissionais que existiam em Curitiba. Os aficionados turfistas lotavam as dependências do Hipódromo do Guabirotuba, assim como outras atrações eram oferecidas em parques de diversões.

Naqueles velhos domingos a atração mais badalada era o também velho e conhecido Passeio Público, a praia do curitibano, com direito a pipocas, algodão doce, bexigas, passeios de barco e uma visita, com ofertas de amendoins, na gaiola dos macacos.

Assim eram os domingos de Curitiba. Hoje quase tudo foi perdido nas esquinas do passado. Os cinemas do centro desapareceram e com eles o footing da Rua Quinze. As corridas do Prado acabaram. Festas de igrejas e de times de várzea não se ouvem mais falar. Ir a Paranaguá de trem, que era uma viagem barata e popular, hoje só para turista abonado. Curtir o Passeio Público? Nem o prefeito pisa lá. Pois é, hoje para saber como era somente através de fotos da época e da narração de quem viveu os tais bons e velhos tempos.

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