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Foto da solenidade da inauguração do monumento a Zacarias de Góes e Vasconcelos, na praça que leva seu nome, em 19 de dezembro de 1915 |
Foto da solenidade da inauguração do monumento a Zacarias de Góes e Vasconcelos, na praça que leva seu nome, em 19 de dezembro de 1915| Foto:
  • Retrato de Augusto Stellfeld, presidente da Câmara Municipal de Curitiba em 1886. Foi brindado com o primeiro bloco de mármore cortado no Paraná
  • Daguerreotipo de Zacarias com sua esposa, em lua de mel em Paris no início do ano de 1853. Na volta, Zacarias instalaria a província do Paraná
  • Foto da solenidade do retorno ao local original e reinauguração do monumento que homenageia a figura do primeiro presidente da província do Paraná, na Praça Zacarias, em meados da década de 1970
  • Retirado do centro da Praça Zacarias, o busto foi colocado neste pedestal em 1965, rejeitando o valor histórico da antiga coluna de mármore
  • A Praça Zacarias tem outro monumento que está desprestigiado: o antigo chafariz de 1871, hoje mera peça decorativa do repuxo. Na foto de 1905, o símbolo da nossa primeira água encanada em funcionamento
  • Em fotografia recente vemos a ação dos vândalos, que infestam a cidade, sujando o monumento da Praça Zacarias

O jornalismo é uma profissão que nos coloca todos os dias com fatos inusitados, aos quais o profissional no exercício de seu labor não pode perder nem um detalhe e tampouco deixar escapar o assunto que se apresenta como uma boa notícia.

Certa feita, no Instituto Histórico, em conversa com o professor Carlos Stellfeld, que contou como seu antepassado Augusto Stellfeld, proprietário da primeira farmácia de Curitiba, colaborou com a ereção do monumento a Zacarias de Góes e Vasconcelos instalado na praça que existe em sua homenagem em Curitiba.

Segundo o professor Carlos, seu avô Augusto Stellfeld era presidente da Câmara de Vereadores e exercia as funções de prefeito da cidade, na década de 1880. Foi uma autoridade solerte no sentido de fazer valer as posturas municipais, principalmente na fiscalização do alinhamento das construções que se erguiam no centro de Curitiba durante a sua gestão.

Em 1886 entrou em desacordo com Francisco F. Fontana, que administrava a construção do Passeio Público, por ter o mesmo mandado retirar leivas de gramas do campo onde hoje é a Praça Santos Andrade a fim de usá-las naquele parque. Também no ano de 1886 foram descobertas jazidas de mármore no Arraial Queimado sendo que o primeiro bloco cortado daquele mineral foi ofertado a Augusto Stellfeld.

Os anos se passaram até quando assumiu o governo do Paraná Carlos Cavalcante de Albuquerque, em 1912. Em 1915 o presidente Cavalcante, junto com a administração do prefeito Candido de Abreu, resolveram que na Praça Zacarias seria erigido um monumento ao instalador da Província. Surgiu então a utilidade daquele bloco de mármore doado a Câmara de Curitiba há vinte e nove anos passados. Seria ele o pedestal que sustentaria o busto do presidente Zacarias.

Ficou o busto no centro da praça assistindo a evolução da cidade durante 50 anos. Eis que passado meio século da sua inauguração o monumento foi modificado junto com a própria Praça Zacarias. Tal fato aconteceu em 1965. O pedestal original foi substituído por outro de linhas modernas, executado em granito de cor rosa, o pedestal original foi abandonado em um canto do Horto Botânico do Guabirotuba.

Atentos as informações do professor Carlos Stellfeld, na época recém-falecido, descobrimos as peças abandonadas do antigo pedestal. No início da década de 1970 foi publicada uma reportagem, aqui na Gazeta do Povo, mostrando o descaso e a ameaça que outros monumentos existentes na cidade poderiam sofrer.

Em meados da década de 1970 o deputado federal Tulio Vargas, munido com a reportagem da Gazeta do Povo e com o apoio do Instituto Histórico, solicitou ao então prefeito Saul Raiz o retorno do pedestal original, ao mesmo lugar em que se encontrava quando foi demolido na Praça Zacarias. Saul Raiz, com apoio do governador Jaime Canet, prontamente mandou recuperar as peças do velho pedestal e, em solenidade pública, a homenagem a Zacarias de Goes e Vasconcelos foi reparada.

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