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Em 1943 jamais ninguém imaginaria que esse ambiente mudaria tanto. Foto da Avenida República Argentina esquina com a atual Getúlio Vargas. O metrô vai passar por ali | Acervo Cid Destefani
Em 1943 jamais ninguém imaginaria que esse ambiente mudaria tanto. Foto da Avenida República Argentina esquina com a atual Getúlio Vargas. O metrô vai passar por ali| Foto: Acervo Cid Destefani
  • Na década de 1920 não se tinha a pressa de hoje. Também o transporte era em carroças, como as desses colonos estacionados na periferia de Curitiba
  • Carro movido a lenha, todo mundo tinha de ter um. Em tempo de guerra a coisa aperta. Na foto, um automóvel em Curitiba impelido a gasogênio
  • No outono de 1948 foi gravada essa foto da Rua XV de Novembro e Praça Santos Andrade. Um aspecto de uma Curitiba pacata
  • Um conserto nos paralelepípedos da Rua Emiliano Perneta, em 1963, deixa o pavimento sem defeitos que atrapalhem o trânsito
  • A fotografia é do outono de 1941. A chuva fina deixa encharcada a esquina da Rua XV de Novembro com a Dr. Muricy

As chuvas chegaram anunciando a entrada do outono na semana que se inicia. São as águas de março com os seus presságios para os tempos futuros. Os homens põem, Deus dispõe. Em Curitiba, a vidinha ficou mais agitada de uns tempos para cá. A tal Copa do Mundo convulsionou opiniões – metade dos curitibanos espera por ela, já a outra metade quer que o futebol se lixe, pois acha que ele não dá camisa para ninguém, a não ser para quem joga; os fanáticos têm de comprá-las.

As obras que a prefeitura e o governo se obrigaram a fazer em razão da realização do campeonato mundial, tão desejado pelos políticos, estão capengando. O nosso transporte urbano está cada dia mais entulhado de apertados passageiros. Os 750 novos táxis ainda estão no papel: fica a pergunta de como estão se arrumando seus motoristas com os idiomas estrangeiros, principalmente nas línguas espanhola e inglesa. Poliglotas ou não, os taxistas de Curitiba não poderão transportar os turistas que chegam ao Aeroporto Afonso Pena, pois tal serviço é de exclusividade dos de São José dos Pinhais. Alguém já pensou nisso?

Os visitantes deverão ser conduzidos unicamente pelas ruas e praças que estão sendo adrede preparadas para seus trânsitos? E se acontecer de haver desvio em seus itinerários, como serão informados sobre as colchas de retalhos da maioria das ruas tidas como asfaltadas? Na base da suposição, digamos que um dos ilustres visitantes venha a tropicar em algum dos famigerados componentes das calçadas de peti-pavé e acabe se ferindo, ele será indenizado pela prefeitura? Pelo governo, ou pela Fifa?

O entorno da dita Arena da Baixada, tendo o nome de Estádio Joaquim Américo Guimarães sido colocado em escanteio, está de vento a favor. As calçadas estão sendo trocadas por material mais seguro e com um bom acabamento. O que nos deixa intrigados é que em tais melhorias não foram usadas as pedrinhas de petit-pavé, sempre aplicadas e exaltadas pelos geniais acadêmicos, componentes da Sorbonne do Juvevê, principalmente quando se trata de calçadas para nós curitibanos transitar, e não para inglês ver.

A Câmara Municipal está aventando em tornar os dias de jogos da Copa em feriados para Curitiba. Acredito que vai haver chiadeira por parte da Associação Comercial, que não está a fim de que tais dias sejam perdidos no faturamento do comércio em geral. Entretanto, na contramão, dá para matutar se os nossos solertes edis não estão antevendo que nos feriados o povão pouco sai de suas casas, principalmente os da periferia. Seria então uma sacada para diminuir o movimento dos automóveis nas ruas e mesmo para desentulhar o interior dos coletivos. Genial! A calmaria seria implantada em Curitiba, junto com a paz no ir e vir dos turistas, por decreto. Ainda bem que votamos em pessoas que usam a cabeça!

Amigos leitores, como todos sabem, através de pesquisas, que mais de 50% dos curitibanos são contra a realização dos jogos da Copa. Principalmente aqui, onde todos os que praticam cidadania acreditam que seus recolhimentos de impostos devem reverter em frutos aos que aqui vivem e labutam e não em montagens de presépios para inglês ver. Eu sou um deles.

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