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A Praça Tiradentes em 1934, quando sofreu uma reforma, sendo então plantados os ipês que lá estão até hoje | Arquivo CD
A Praça Tiradentes em 1934, quando sofreu uma reforma, sendo então plantados os ipês que lá estão até hoje| Foto: Arquivo CD
  • A Praça Tiradentes, em panorama fotografado em 1942
  • O mesmo ângulo da Praça Tiradentes, tomado em 1947
  • O povo na fila de ônibus na Praça Tiradentes, em 28 de agosto de 1946, agasalhados ainda por causa do frio. Entretanto, os ipês já estavam floridos
  • A cidade cresce e os arranha-céus vão surgindo, tendo como testemunha o amarelo das floradas dos ipês nos últimos 78 anos. A foto é ainda da Praça Tiradentes, feita em agosto de 1952

Existem momentos em nossas vidas que são repetidos paulatinamente. Como exemplo, podemos tomar as estações climáticas do ano. Em Curitiba, muita gente se queixa de que as quatro estações acontecem num único dia; o curitibano sai de casa sem saber se durante a jornada vai chover, fazer frio ou então um calor de rachar.

Os antigos, mais prevenidos, levam agasalhos em seus passeios. Conheci um frequentador da Avenida Luiz Xavier que sempre estava acompanhado de seu guarda-chuva: "É, a gente nunca sabe quando vai chover!"

Verdade seja dita. Conheço a terrinha desde que aqui nasci, e já faz tempo. Acostumei a escutar os comentários das mais diversas pessoas. As crianças principalmente, quando começa esfriar, na boca do inverno vêm com a pergunta tradicional: "Será que vai cair neve?" O que demonstra ser mais um desejo do que uma dúvida. Desde que já nevou outras vezes, a piazada espera poder presenciar o espetáculo por aqui.

Agora existe uma época do ano, um momento, em que se cometem muitas confusões com o tempo. Isso acontece exatamente no mês de agosto. Em que pesem ditos populares como: agosto é o mês do desgosto! Ou então: agosto é o mês de cachorro louco! Pior ainda se o dia 13 desse mês cair numa sexta-feira. Agosto é o mês que prenuncia a primavera, é quando os pássaros começam a abrir seus cantos. Portanto, deveria ser um momento bem-vindo.

Começam as floradas dos pessegueiros; e, na época da lua minguante, podam-se as parreiras e outras espécies frutíferas. Nos jardins, já desde o final de julho, as azáleas começam a florir. Outras espécies também florescem, sendo a árvore mais importante, também a mais bela, a nos brindar com tal espetáculo é o ipê-amarelo. Pode ser contemplada tal beleza com a eclosão das flores entre o dia primeiro e o dia 15 de agosto. Existe a crença de que se tal não ocorrer, a natureza trará problemas climáticos.

Tal momento é esperado sempre para os primeiros dias do aludido mês, mas eis que, entra ano e sai ano, sempre tem algum órgão de imprensa noticiando: "A primavera chegou adiantada, os ipês já estão florescendo!" Ou é carência de notícia ou falta de memória. Outro dia, uma televisão do interior noticiou o fato com alarde, saindo em rede nacional como algo fora do comum. Posso dizer que não adianta chamar atenção, no próximo ano sempre haverá tal tipo de divulgação.

Tenho uma neta, a Gabriella, que completou seus 8 anos no último dia 14, e ela sabe, por observação própria, que o ipê da frente da sua casa sempre está coberto de flores amarelas no dia de seu aniversário, e que ainda não é primavera.

Em Curitiba, o local mais tradicional e mais antigo que é ornado com ipês é a Praça Tiradentes; em que pese existirem atualmente outros logradouros ornados com tais árvores, como exemplo as maravilhosas floradas dos ipês da nossa Estação Rodoferroviária. As fotos que apresentamos são uma sequência histórica de imagens da Tiradentes.

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