Aqui na página da Nostalgia, o leitor tem uma vantagem: pode-se fazer uma viagem no tempo sem ter de levantar da poltrona. A nossa máquina do tempo transporta, todos os domingos, uma boa quantidade de leitores da Gazeta do Povo para momentos já perdidos nas esquinas do passado de Curitiba.
Hoje iremos até um domingo do longínquo ano de 1930. Vamos fazer uma escalada no maior prédio da cidade, que ainda estava em construção o Edifício Moreira Garcez , ali na Avenida Luiz Xavier esquina com a Praça Osório. São oito andares em meio aos andaimes, portamos uma câmera fotográfica, a mais moderna daquela época. Uma caixa de madeira com um mecanismo de fole para se focalizar a paisagem, uma meia dúzia de chassis, também de madeira, alimentados com negativos em chapas de vidros no tamanho de 18 por 24 centímetros. Ah! Sem esquecer o tripé.
Com toda essa traquitana, chegamos ao topo do edifício. A máquina assestada, podemos começar a fotografar vistas de Curitiba nunca antes gravadas. A cidade é rasa, os únicos detalhes que sobressaem são as chaminés dos engenhos de erva, a torre do Corpo de Bombeiros, o telhado sobre o palco do Theatro Guayra e as torres da Catedral. Raros automóveis circulando, passantes curiosos olham alguma vitrine e, mesmo, alguns cartazes de cinema. Nos bancos da Praça Osório, pessoas estão descansando à sombra, batendo seus papos despreocupados. Afinal de contas, estão vivendo mais um domingo de 1930.
As fotografias reveladas serão um marco para o futuro, farão parte de um passado distante. Sem deixar, entretanto, de ser um testemunho indelével da história da cidade. Como diz o ditado, inventado não se sabe por quem: uma fotografia vale mais que mil palavras. Interrompo este texto, pois, como estamos apresentando cinco fotos, podemos economizar mais de 5 mil palavras. Fica, entretanto, um porém: fotografia sem legenda pouco diz, ou não diz coisa nenhuma.