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A fotografia é da Avenida Luiz Xavier e Rua Quinze de Novembro. Essa última ainda sendo mais estreita que a avenida. À esquerda, temos a torre dos Bombeiros; o telhado do Theatro Guayra se sobressai, e a Catedral aparece imponente na cidade rasa. |
A fotografia é da Avenida Luiz Xavier e Rua Quinze de Novembro. Essa última ainda sendo mais estreita que a avenida. À esquerda, temos a torre dos Bombeiros; o telhado do Theatro Guayra se sobressai, e a Catedral aparece imponente na cidade rasa.| Foto:
  • A ampla Avenida Luiz Xavier está quase deserta. Um guarda-civil e um vidraceiro no meio da via. Algumas pessoas transitando. O Palácio Avenida, tinindo de novo, fora inaugurado há apenas dois anos. Ao fundo, a Praça Osório. Aparece cercado de andaimes o prédio mais alto de Curitiba em construção, o Edifício Garcez
  • Agora a imagem mostra o mesmo lado Sul da Osório, vista do oitavo andar do Garcez. A vista se descortina em direção ao bairro do Batel ao fundo. Em primeiro plano, o viçoso arvoredo da praça – as árvores tinham 14 anos de idade. À direita, avista-se a Avenida Vicente Machado
  • Outro canto da Praça Osório, com a Rua Voluntários da Pátria. O curitibano apelidou o conjunto de cedros que aparece na esquina como Bosque Vienense. Um tufão acabou com a poesia do bosque em 1940, derrubando todas as árvores
  • Fotografia feita da Praça Osório, lado sul. A imagem foi gravada do primeiro andar do Edifício Garcez e mostra o que era o movimento do centro da cidade numa tarde de domingo em 1930

Aqui na página da Nostalgia, o leitor tem uma vantagem: pode-se fazer uma viagem no tempo sem ter de levantar da poltrona. A nossa máquina do tempo transporta, todos os domingos, uma boa quantidade de leitores da Gazeta do Povo para momentos já perdidos nas esquinas do passado de Curitiba.

Hoje iremos até um domingo do longínquo ano de 1930. Vamos fazer uma escalada no maior prédio da cidade, que ainda estava em construção – o Edifício Moreira Garcez –, ali na Avenida Luiz Xavier esquina com a Praça Osório. São oito andares em meio aos andaimes, portamos uma câmera fotográfica, a mais moderna daquela época. Uma caixa de madeira com um mecanismo de fole para se focalizar a paisagem, uma meia dúzia de chassis, também de madeira, alimentados com negativos em chapas de vidros no tamanho de 18 por 24 centímetros. Ah! Sem esquecer o tripé.

Com toda essa traquitana, chegamos ao topo do edifício. A máquina assestada, podemos começar a fotografar vistas de Curitiba nunca antes gravadas. A cidade é rasa, os únicos detalhes que sobressaem são as chaminés dos engenhos de erva, a torre do Corpo de Bombeiros, o telhado sobre o palco do Theatro Guayra e as torres da Catedral. Raros automóveis circulando, passantes curiosos olham alguma vitrine e, mesmo, alguns cartazes de cinema. Nos bancos da Praça Osório, pessoas estão descansando à sombra, batendo seus papos despreocupados. Afinal de contas, estão vivendo mais um domingo de 1930.

As fotografias reveladas serão um marco para o futuro, farão parte de um passado distante. Sem deixar, entretanto, de ser um testemunho indelével da história da cidade. Como diz o ditado, inventado não se sabe por quem: uma fotografia vale mais que mil palavras. Interrompo este texto, pois, como estamos apresentando cinco fotos, podemos economizar mais de 5 mil palavras. Fica, entretanto, um porém: fotografia sem legenda pouco diz, ou não diz coisa nenhuma.

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