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Ceasa de Curitiba: assaltos constantes são motivo de queixa dos comerciantes | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Ceasa de Curitiba: assaltos constantes são motivo de queixa dos comerciantes| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Medo impera nos boxes da central

Há meses os permissionários da Ceasa vêm denunciando a ação constante de assaltantes no local. Segundo reportagem publicada pela Gazeta do Povo no dia 6 de março, um módulo da Polícia Militar instalado na entrada da Ceasa e a segurança particular bancada pelos donos dos boxes não inibem a ação dos bandidos. Na ala sul, nos fundos, a segurança era ainda mais precária. "O local é totalmente aberto e não é vigiado", contou um dos permissionários. "Conhecemos os bandidos de vista. E pior, nos seguem até em casa. Eles nos roubam dentro da nossa residência e depois nos trazem até ao box para tentar levar mais dinheiro. Temos medo de morrer." Cerca de 15 mil pessoas circulam pela Ceasa diariamente. A central está em uma área de 10 mil metros quadrados – tem 900 boxes distribuídos a 450 permissionários, seis bancos, lotérica, agência dos correios e lanchonetes.

Em razão da violência, a unidade de Curitiba das Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa-PR) decidirá amanhã se muda ou não o horário de atendimento. A proposta, que vem do Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado do Paraná (Sindaruc), é que o atendimento ao público comece a partir das 7 horas, duas horas e meia depois do horário atual. A resolução é motivada por "constantes assaltos" na Ceasa, segundo o presidente do sindicato, Francisco Leite. O estopim da assembléia desta semana foram dois casos recentes: um homicídio e um roubo de R$ 7 mil.

Por volta das 5 horas da segunda-feira, o carregador autônomo Everson Fernando Arndt, de 29 anos, levou um tiro nas costas. Ele chegou a ser encaminhado para o Hospital do Trabalhador, mas não resistiu ao ferimento. Segundo o tenente da Polícia Militar Luiz Alexandre Murbach Soares, a motivação do assassinato seria uma briga no fim de semana.

Depois do disparo, o assassino, uma pessoa baixa, de pele morena e usando um boné, teria fugido em direção a caminhões estacionados no pátio da Ceasa, de acordo com informações registradas na Delegacia de Homicídios pela PM. Ao avistar um trabalhador do Ceasa, de 58 anos, com uma bicicleta, teria atirado novamente para roubar o veículo. O dono da bicicleta levou um tiro na perna e outro na mão, mas não corre risco de morte.

Roubo

Outro caso recente na Ceasa foi um roubo de R$ 7 mil de um box no dia 23 de setembro. Uma dupla de ladrões encapuzados anunciou o assalto e levou o dinheiro em cheques. No mesmo dia, foram até uma agência bancária descontar um dos cheques, que estava agora nominal a um dos acusados pelo roubo, Alexandre Magno de Silva, de 26 anos, o Xande. O outro suposto assaltante era Adir Alves dos Santos, 22, que trabalhava em outro box do Ceasa.

Na manhã de ontem, policiais militares foram até a casa da dupla e encontrou dois revólveres calibre 38 – provavelmente os mesmos usados no assalto. O delegado Gil Rocha Tesseroli lavrou flagrante por posse ilegal de armas e aguarda que as vítimas do roubo se dirijam a Delegacia de Furtos e Roubos para qualificar os suspeitos.

Segundo o presidente do Sindaruc, a Polícia Militar já teria dito que só pode fazer a vigilância a partir das 7 horas, razão pela qual deve propor a modificação do horário de atendimento. "Temos que ter um atendimento compatível com o horário da polícia", diz Leite. Amanhã, a proposta deve ser votada pelos permissionários da Ceasa e produtores. Outras sugestões para resolver o problema da segurança poderão ser apresentadas durante a assembléia.

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