A troca do vale-transporte metálico pelo bilhete eletrônico, que aconteceu em 2003 em Curitiba, não evitou o comércio ilegal de passagens. No Terminal do Guadalupe, no Centro, cambistas agem vendendo créditos ilegalmente. Trabalhadores que recebem os créditos na empresa e acabam não utilizando emprestam os cartões aos cambistas, que compram os créditos e os revendem no acesso do terminal. A reportagem da Gazeta do Povo flagrou dois cambistas atuando.
O usuário paga a passagem ao cambista, que entra nos guichês do terminal com o cliente e passa o cartão na máquina de leitura, liberando a entrada do usuário no interior do terminal. Em Curitiba, a passagem que custa R$ 2,20, é vendida por R$ 1,50 para os cambistas, que a revendem por R$ 2.
Um dos vendedores, que não quis ser identificado, disse aque fatura em média R$ 500 por mês. "O trabalho é tranquilo. Não tem fiscalização, até porque o serviço é honesto, não é ilegal. Eu estou vendendo passagem mais barata, passagem que ninguém usa", afirma. Os cambistas só compram os cartões de vendedores de confiança.
O problema da venda de vale-transporte não é novo em Curitiba. Foi justamente o mercado paralelo que fez com que a Urbs, empresa responsável pelo transporte coletivo e pelo Sistema de Bilhetagem Eletrônica, implantasse o novo modelo. Antigamente, em algumas lanchonetes e bancas de jornais, as fichas e vales-transporte de papel eram aceitos como se fossem dinheiro.
Fiscalização
O gestor de Fiscalização do Transporte Coletivo da Urbs, Edson Berleze, afirma que a empresa sabe que a venda ilegal acontece, e que inclusive sabe quem são as pessoas que a praticam. "Antigamente nós adotávamos uma postura de combate. Não deu certo. Então migramos para iniciativas administrativas", afirma.
Segundo Berleze, desde 2007 a Urbs está bloqueando cartões e zerando créditos de pessoas que utilizam erradamente o cartão. Em três anos, a empresa bloqueou 2.326 cartões e 181.917 créditos foram zerados.
Outra medida de combate ao comércio ilegal de passagens foi a implantação do novo Sistema de Bilhetagem Eletrônica, em agosto. Agora, passageiros do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana podem abastecer o cartão transporte com créditos nos próprios ônibus. Até então, a recarga só poderia ser feita em cem pontos de recarga instalados em terminais e estações-tubo. Agora, são 2 mil locais de reabastecimento de créditos.
Além disso, os usuários têm um limite máximo de passagens por dia. "São dez passagens. Mais que isso, o cartão trava. Além de ser um benefício para aqueles que perdem o cartão, é uma medida que ajuda a combater o comércio ilícito", diz.
Outra mudança foi o tempo de reconhecimento do cartão bloqueado. Antigamente um cartão era bloqueado e apenas no dia seguinte parava de funcionar. Agora isso acontece em 15 minutos.
Justiça suspende norma do CFM que proíbe uso de cloreto de potássio em aborto
Relatório americano expõe falta de transparência e escala da censura no Brasil
STF estabalece regras para cadastro sobre condenados por crimes sexuais contra crianças
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
Deixe sua opinião