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Instância Máxima

Conselho universitário da UFPR diz que manifestações de estudantes são legítimas e não interfere nas negociações para reintegração

 | Hugo Harada/Gazeta do Povo
(Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)

O Conselho Universitário (Coun) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) aprovou majoritariamente, em reunião na manhã desta quinta-feira (24), posicionamento contrário à PEC do Teto e à MP do Ensino Médio. O órgão, durante o encontro, também reconheceu as manifestações da comunidade acadêmica como legítimas. A assessoria de imprensa da universidade, porém, não informa o que entende por essas manifestações e se as ocupações iniciadas em 24 de outubro fazem parte disso.

O posicionamento do Coun, no entanto, segundo a assessoria de imprensa da UFPR, não altera as negociações e nem na decisão da Justiça para a saída dos ocupantes de oito prédios da instituição. A reunião fez parte de um compromisso da Reitoria em abrir o debate sobre as medidas do governo federal dentro da universidade.

Logo no início das ocupações, a UFPR chegou a emitir nota reconhecendo a legitimidade do movimento, até então pacífico e com apoio de direções setoriais. Na época, a Reitoria permaneceu acompanhando os fatos pela administração central e avaliando as eventuais repercussões nas atividades da UFPR. Mas o uso de violência na invasão do prédio histórico – por encapuzados e de maneira agressiva –, foi repudiado oficialmente. O local foi desocupado após negociação com os participantes da ocupação.

O Coun, como é conhecido, é presidido pelo reitor Zaki Akel Sobrinho e reúne membros do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) e do Conselho de Planejamento e Administração (Coplad). O encontro contou com dezenas de participantes, entre professores, técnicos administrativos, alunos e representantes da sociedade civil. Líderes das ocupações na universidade também participaram das deliberações.

O texto da moção aprovada, contrária às medidas do governo federal, deve ser divulgado pela UFPR até sexta-feira (25).

O Coun é a instância máxima da UFPR e é o colegiado responsável por emitir um posicionamento institucional a respeito de pautas nacionais e também locais. De acordo com a instituição, o Coun foi chamado com a condição de desocupação por parte dos alunos, em um prazo que venceu no último dia 20.

Ainda assim, conforme a assessoria de imprensa da UFPR, o conselho votou contra a PEC do Teto e a MP do Ensino Médio por entender que as medidas podem trazer prejuízo à instituição, carreiras de áreas de licenciatura e à Educação. Durante a reunião, houve inclusive a apresentação de estudos sobre o impacto da PEC do Teto por professores de Economia.

Ocupação

A UFPR solicitou à Justiça Federal a reintegração de posse dos nove prédios ocupados e um interdito proibitório, que impede os manifestantes de voltarem a tomar os locais. Nesta quarta-feira (23), um edifício usado pelos cursos de Enfermagem e Terapia Ocupacional, no campus Jardim Botânico, foi desocupado voluntariamente.

Já de acordo com os alunos do movimento Ocupa UFPR, uma reunião do protesto com a direção da universidade deveria ter ocorrido na sexta-feira (18), mas o reitor teria convocado às pressas estudantes, técnicos e professores.

O encontro desta quinta-feira (24) responde a uma demanda que surgiu desde os primeiros dias de manifestação, que começou há exatamente um mês no prédio Dom Pedro I, na Reitoria da UFPR. Os estudantes pedem que a instituição se posicione frente ao governo federal sobre a PEC do Teto e a MP do Ensino Médio, que motivaram os protestos das escolas estaduais e instituições federais em todo o país nos últimos meses.

Seguem ocupados os edifícios Dom Pedro I e Dom Pedro II (Reitoria), Departamento de Artes (Batel), Educação Física (Jardim Botânico), Setor de Ciências Exatas (Politécnico), Bigarella/Setor de Ciências da Terra (Politécnico), PA e PC (Politécnico) e o Setor Litoral. Além disso, o prédio do bairro Rebouças da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) também integra a lista.

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