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A nova alternativa de contorno ferroviário que atinge, além de Curitiba, outros cinco municípios da região metropolitana, deixou os prefeitos das cidades vizinhas à capital divididos. A proposta, desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), em parceria com a superintendência estadual do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), prevê que um desvio ferroviário seja feito em torno de Curitiba, seguindo o traçado dos contornos rodoviários Norte e Sul e do canal extravasor do Rio Iguaçu.

Na última quinta-feira, durante reunião com técnicos e prefeitos, o diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, confirmou que já há R$ 8 milhões reservados dentro do Programa de Segurança Ferroviária (Prosefer) para transformar a proposta do Ippuc em projeto básico. Mesmo sem recursos garantidos para a obra ainda, a previsão de Pagot é que, em abril de 2010, saia a licitação para a implantação do contorno ferroviário. A estimativa é que as obras custem em torno de R$ 750 milhões.

O prefeito de Piraquara, Gabriel Jorge Samaha (PPS), o Gabão, pediu precaução no projeto. Segundo a administração municipal de Piraquara, tem de se levar em consideração as características ambientais do município, que tem 90% da área em manancial. "Mesmo sendo um projeto inovador, temos que repensá-lo em nosso município. Tiramos o grande fluxo de Curitiba e Pinhais, mas estrangulamos o movimento em Piraquara?", indaga Gabão.

Gabão sugere que o município tenha uma compensação maior do que apenas o terminal de passageiros previsto na proposta elaborada pelo Ippuc. "Queremos a duplicação da Rodovia João Leopoldo Jacomel e um terminal de carga, que ofereça logística adequada para o sistema. Precisamos gerar receita em Piraquara", avalia o prefeito.

O prefeito de São José dos Pinhais, Ivan Rodrigues (PTB), critica o fato de o município ter ficado à margem da discussão. "Só participei de uma reunião. Esse é um tema que não se discute em uma reunião", opina. Segundo ele, a proposta privilegia demais o transporte de carga. "É uma infraestrutura cara que deve ser aproveitada para o transporte de massa (público coletivo)", sugere.

Para o prefeito de Araucária, Albanor Gomes (PSDB), a nova proposta de contorno ferroviário é boa e, inclusive, melhor do que a anterior, engavetada desde 2002 por falta de licenciamento ambiental. Contudo, segundo ele, há pontos que precisam ser analisados com mais cuidado. "Para o local em que querem implantar a linha férrea, tínhamos previsto uma avenida", explica.

Já os prefeitos de Almirante Tamandaré, Vilson Rogério Goinski (PMDB), e Pinhais, Luizão Goulart (PT), vêem com bons olhos a proposta de Ippuc. "Estamos [lutando] todos juntos para que o governo libere e consigamos a execução do projeto", diz Goinski. Segundo ele, as preocupações ambientais foram deixadas para trás depois que o Instituto Ambiental do Paraná se manifestou dizendo que o projeto, em princípio, é viável.

Para Goulart, o principal diferencial da nova proposta é a própria inserção de Pinhais. "Estamos muito empenhados que dê certo. Temos grande interesse nisso. Nos projetos anteriores não se falava de Pinhais", afirma. Goulart diz que, logo no início de seu mandato, procurou o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), para buscar uma solução para o problema. "A linha férrea também passa no meio da cidade de Pinhais, traz dificuldades de acesso ao autódromo... Com o novo projeto, poderemos desviar margeando o canal extravasor do Rio Iraí, que vai formar o Rio Iguaçu", diz.

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