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Terminal do Santa Cândida, símbolo do atraso entre as obras da Copa sob responsabilidade do município | Daniel Isolani/Arquivo Gazeta do Povo
Terminal do Santa Cândida, símbolo do atraso entre as obras da Copa sob responsabilidade do município| Foto: Daniel Isolani/Arquivo Gazeta do Povo

Novo prazo

A Comec apresentou o cronograma para a realização das obras da Copa neste ano. Veja:

• Maio - Avenida da Integração.

• Junho - Corredor Marechal Floriano Peixoto.

• Setembro - Corredor Aeroporto-Rodoferroviária.

• Setembro - Vias Radiais de Integração: Avenida Senador Salgado Filho (obra ainda não começou e depende de alvará da prefeitura de Curitiba).

• Setembro - Sistema Integrado de Monitoramento Metropolitano (SIMM).

* Apesar de o TC afirmar que a Rua da Pedreira necessita de reparos, a Comec considera o trabalho concluído.

Mais aditivos

Elevação nos custos ocorreu por "aumento de serviços", diz Comec

Segundo o diretor-técnico da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Sandro Setim, o aumento de custos nas obras da Copa está relacionado ao aumento de serviços nas obras, ou seja, nas mudanças nos trabalhos. "Em alguns casos, houve necessidade de alteração nos trabalhos por causa do solo. Também, à medida que a obra evoluía houve mudança por causa dos prazos exíguos. Isso aumenta os serviços".

Sobre os atrasos de pagamento, Setim explica que isso ocorreu por causa do ano eleitoral. "A tramitação de aditivos foi vedada depois de julho por causa das eleições e foi reaberta em novembro, próximo do encerramento do ano fiscal. A [Secretaria da] Fazenda deu prioridade para aplicações previstas em lei, como saúde e educação. Agora, em 2015 já estão previstas no orçamento essas obras e dívidas." Mas a previsão não significa dinheiro em caixa. "Isso vai acontecer conforme as obras voltarem, mas não há risco de elas não terminarem", diz Setim.

Prefeitura

A prefeitura de Curitiba informou, em nota, que os recursos para a conclusão do Terminal do Santa Cândida, previstos no PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) da Copa, estão assegurados perante o governo federal. Sobre os acréscimos de custos, segundo a prefeitura, ocorreu por "deficiências dos projetos originais e orçamentos subestimados pela gestão anterior, que tiveram que ser refeitos, com consequente aumento de custos e de prazos".

Sobre os atrasos no pagamento de R$ 7,77 milhões, a prefeitura disse que ainda fará um levantamento para saber se o valor permanece o mesmo, tendo em vista que o relatório do Tribunal de Contas leva em conta dados de novembro de 2014.

A Copa do Mundo no Brasil terminou há sete meses, mas os custos continuam subindo. Os atrasos nas obras são atrelados a aditivos, deficiência de planejamento, falta de detalhamento de anteprojetos e orçamentos subestimados.

Essas conclusões estão no relatório divulgado ontem pelo Tribunal de Contas (TC) do Paraná, que buscou as causas da elevação dos custos das obras para o Mundial, chegando a um sobrepreço de 13,97% em relação ao que estava previsto na Matriz de Responsabilidade da Copa, assinada em 2010. O custo subiu de R$ 431,1 milhões para R$ 491,35 milhões.

O relatório do TC, que tem como base um levantamento de obras realizadas e em execução até novembro de 2014 (ou seja, quatro meses após a Copa) apontou que 14% do valor inicial das obras corresponderiam a aditivos. Esse porcentual, segundo o TC, deverá crescer com novos aditivos que estão em trâmite.

O documento ainda aponta a falta de pagamento por parte da prefeitura de Curitiba e do governo do estado em relação a obras já executadas. Em novembro, segundo o TC, foram executados R$ 400,74 milhões em mobilidade urbana para a Copa.

Desse total, ainda havia dívida de R$ 20,22 milhões, dos quais R$ 12,45 milhões eram de responsabilidade do estado e R$ 7,77 milhões correspondem à dívida da prefeitura.

Em atraso

Conforme a Gazeta do Povo apurou até o fim do ano passado, o relatório do TC mostra que ainda havia obras em execução em novembro. No município de Curitiba, das seis obras previstas, o maior símbolo do atraso era o Terminal do Santa Cândida.

Segundo o TC, em relação ao custo inicial houve aumento de 5,96% para a obra, que, até então, ainda não estava pronta, apesar da previsão de término para fevereiro de 2014. Duas obras eram consideradas "praticamente concluídas" pelo TC – o corredor Aeroporto Rodoferroviária (no trecho municipal) e o Sistema Integrado de Monitoramento (SIM).

Os atrasos mais significativos são de projetos do governo do estado. Todas as quatro obras estavam inconclusas em novembro e passaram a ser usadas parcialmente: Corredor Aeroporto-Rodoferroviária e Requalificação da Marechal Floriano (trechos de São José dos Pinhais), Sistema Integrado de Monitoramento Metropolitano e vias de integração radial metropolitanas (Rua da Pedreira, Av. da Integração e Alça da Av. Salgado Filho).

A prefeitura e o terminal

Sobre o Terminal do Santa Cândida, a prefeitura informou que o governo federal manteve os recursos previstos no PAC da Copa e deixou o prazo para conclusão em aberto.

As demais obras estão em operação, faltando apenas concluir um trecho da ciclovia do Corredor Aeroporto/Rodoviária.

Esse trecho não estava previsto no projeto original e consiste da implantação de uma passarela sobre a linha férrea. A empresa iniciou os serviços, mas só vai concluir quando o aditivo, em trâmite, estiver concluído.

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