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| Foto: Ernesto Rodrigues /Folhapress

O corpo de Thomaz Alckmin, filho do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi enterrado no início da noite desta sexta-feira no Cemitério Municipal de Pindamonhangaba, no interior de São Paulo.

Mais cedo, o velório do rapaz reuniu cerca de três mil pessoas, entre amigos, familiares, políticos de diversos partidos, artistas e empresários, em São Paulo. A presidente Dilma Rousseff chegou no início da tarde, acompanhada dos ministros Joaquim Levy (Fazenda), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Edinho Silva (Comunicação Social).

O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, chegou praticamente no mesmo horário. Adversários na eleição do ano passado, Dilma e Aécio se cumprimentaram com um beijo no rosto, logo após a presidente abraçar a filha de Alckmin, Sophia.

O corpo de Thomaz, que morreu na quinta-feira em um acidente aéreo que vitimou mais quatro pessoas, foi velado desde as 3h no hospital israelita Albert Einstein, no Morumbi. Depois do velório, o carro fúnebre partiu, em comitiva, para Pindamonhangaba, cidade-natal de Thomaz.

A presidente chegou ao velório quando um grupo católico uniformizado, os Arautos do Evangelho, fazia uma oração. Dilma rezou com a família do governador e cantou uma das músicas católicas. A família é muito religiosa e, por vários momentos, foram feitas orações. Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, fez uma prece de cerca de dez minutos por volta das 7h, acompanhado pelo governador, que chorava muito. Nesse momento, Dona Lu e os filhos ainda estavam no Palácio dos Bandeirantes.

Alckmin passou toda a madrugada ao lado do corpo do filho, sempre lhe fazendo carinho. Depois, quando irmãos e mãe de Thomaz já estavam no velório, foi rezada uma missa pelo bispo de Santo Amaro, dom Fernando Figueiredo, além de serem feitas várias orações. Cerca de três mil pessoas prestaram condolências à família, entre ministros, prefeitos, parlamentares, lideranças políticas de diversos partidos e artistas, além de amigos e familiares. Um dos momentos em que o governador e a mulher mais se emocionaram foi quando chegou a diretora da escola onde Thomaz estudou no Morumbi. Os três choraram abraçados por alguns minutos. Os corpos das quatro outras vítimas do acidente foram liberados ainda na madrugada pelo IML e foram velados por suas famílias em diferentes cerimônias.

Entre as pessoas que participaram do velório de Thomaz, estavam o vice-presidente da República, Michel Temer, os senadores Aloysio Nunes e José Serra, o prefeito Fernando Haddad, o secretário municipal de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy e o deputado federal Arlindo Chinaglia, ambos do PT, o cantor Ronnie Von, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Roberto Nalini, o vice-governador Márcio França, parlamentares e secretários de estado. O dono do helicóptero acidentado, José Seripieri Júnior, também prestou condolências à família. A filha mais velha de Thomaz, Isabela, que mora com a mãe e o padrasto na Noruega, chegaria a tempo apenas para o enterro do paí, em Pindamonhangaba. Ela mudou-se com a mãe para a Europa no início deste ano. Thomaz tem também uma filha de apenas um mês, Julia.

“Alckmin está devastado”, diz Aécio

Na saída do velório, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves disse que o governador Alckmin estava “devastado” .

— Foi algo devastador que aconteceu com ele. Ele está devastado como qualquer pai estaria numa situação dessas, mas ele é forte e vai continuar sua luta em favor de São Paulo e do Brasil — disse Aécio, que chegou para o velório por volta das 12h30, quase junto com a presidente Dilma.

Segundo Aécio, este é o momento mais difícil pelo qual Alckmin passa.

— Mas tanto ele quando dona Lu tem muita fé e a fé vai ser importante aliada para que ele possa enfrentar com a coragem de sempre momento tão difícil como esse. Quando ele me abraçou ele disse que Thomaz estava com uma filhinha de 50 dias. É um momento extremamente difícil. Importante é que tantos brasileiros que o admiram e o respeitam estão com ele em oração.

Aécio disse que conhecia Thomaz e que convivei com ele durante a última campanha para presidente no ano passado.

— Ele era um jovem simples, discreto, de bons gostos, mas longe dessa movimentação política. Ele viveu intensamente enquanto o destino lhe permitiu — lembrou Aécio.

Thomaz morreu na tarde de quinta-feira

Thomaz morreu no fim da tarde desta quinta-feira em decorrência da queda do helicóptero onde estava, em Carapicuiba, na Região Metropolitana de São Paulo. Na aeronave também estavam o piloto Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves, de 53 anos, e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, de 42, Erick Martinho, de 36, e Leandro Souza, de 34. Todos morreram. Na noite dessa quinta-feira, Dilma soltou nota oficial prestando solidariedade pêsames aos familiares e amigos das vítimas do acidente de helicóptero que matou Thomaz e outras quatro pessoas.

Às 23h15m da quinta-feira, o Palácio dos Bandeirantes divulgou uma nota com a confirmação da morte do filho caçula do governador: “O governo de São Paulo informa com imenso pesar que Thomaz Rodrigues Alckmin, o caçula dos três filhos do governador Geraldo Alckmin e de dona Lu Alckmin, é uma das cinco vítimas da queda do helicóptero EC 155 ocorrida na Grande São Paulo na tarde desta quinta-feira. Thomaz tinha 31 anos e era piloto profissional de aeronave. Ele deixa esposa, Taís, duas filhas, Isabela e Júlia, e os irmãos Sophia e Geraldo Alckmin Neto. Sob o impacto dessa tragédia, a família Alckmin, inconsolável, agradece as manifestações de pesar e carinho e busca conforto na fé que sempre a alimentou. Seus pensamentos e preces se estendem às famílias das outras vítimas”, informou o texto.

O helicóptero em que ele estava decolou para um voo de teste às 17h02m do hangar da empresa Helipark, especializada em manutenção aeronáutica, e caiu por volta de 17h20m sobre o telhado de uma casa em construção, localizada a cerca de 10 quilômetros do ponto de decolagem. Thomaz era piloto profissional, mas ainda não se sabe se era ele quem estava no comando da aeronave. O acidente ocorreu em uma área residencial de Carapicuiba. Na noite de quinta a polícia chegou a informar que o acidente teria ocorrido na região central de Barueri, próximo à Rodovia Castello Branco.

O governador recebeu a notícia sobre a morte do filho quando cumpria agenda oficial de governo na região de Catanduva, a aproximadamente 400 quilômetros da capital paulista. Durante a manhã, Lu Alckmin havia participado de visita a uma turma de qualificação profissional do Fundo Social de Solidariedade do Estado. À tarde, ela viajou a Campos do Jordão para passar o feriado de Páscoa, mas retornou a São Paulo.

A nota divulgada nesta quinta-feira, a Seripatri informou que um piloto da empresa, com “mais de 30 anos de experiência”, também estava na aeronave e morreu. Segundo a nota, foram vítimas, ainda, um mecânico da Seripatri e outros dois mecânicos do hangar Helipark. Os nomes dos outros mortos não tinham sido divulgados até 22h de quinta-feira. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML), na Zona Oeste de São Paulo, para posterior liberação para o funeral. O governador já esteve no local onde os corpos estão sendo reconhecidos. Ali encontrou-se com o senador José Serra (PSDB).

De acordo com a empresa Seripatri Participações, o helicóptero tinha quatro anos de uso e aproximadamente 600 horas de voo. A aeronave teria passado por manutenção preventiva horas antes do acidente, de acordo com nota oficial da empresa proprietária. Viaturas do Corpo de Bombeiros passariam a noite isolando o local do acidente, para preservar as investigações sobre o ocorrido.

“Neste momento de luto e enorme tristeza para todos, a Seripatri está prestando toda a assistência necessária aos familiares das vítimas, bem como já destacou profissionais para acompanhar junto às autoridades as investigações das causas do acidente”, informou a Seripatri, na nota.

Pelo menos oito carros de Bombeiros e Polícia Militar foram deslocadas para o local do acidente, bem como uma equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), responsável pela apuração das causas do ocorrido. (Colaborou Thiago Herdy)

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