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Familiares de José Ricardo Maia usam máscara durante sepultamento de seu corpo: parentes estão revoltados com atendimento dado ao vigilante | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Familiares de José Ricardo Maia usam máscara durante sepultamento de seu corpo: parentes estão revoltados com atendimento dado ao vigilante| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

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Em uma cerimônia rápida, o corpo do vigilante José Ricardo Maia, 24 anos, foi sepultado ontem no Cemitério Pedro Fuss, em São José dos Pinhais, na região metropolitana. Maia, que morreu no último domingo no Hospital e Maternidade Pinhais, pode ter sido a primeira pessoa a morrer de gripe suína da grande Curitiba.

Amostras de sangue e secreção de Maia foram recolhidas no domingo e enviadas ao Rio de Janeiro. Ainda não há data prevista para a confirmação do resultado do exame, mas a expectativa é que saia até amanhã.

Cerca de 30 pessoas acompanharam o enterro. Apenas metade dos presentes usaram máscaras. O caixão permaneceu fechado. "Não tenho mais chão para pisar, não tenho mais palavras. Foi embora uma parte do meu corpo, da minha vida", disse a mãe de Maia, Romilda Maia, 51 anos.

A filha de 2 anos de Maia; a esposa dele, Priscila Salles, 21 anos; a mãe do rapaz; o irmão de 9 anos; e o também irmão Paulo César Maia, 29 anos, dizem estar com sintomas de gripe. Embora tenham procurado atendimento médico, os exames que detectam o vírus da gripe suína foram feitos apenas em Priscila e na filha do casal.

Mesmo com a suspeita de morte na família por causa do vírus da gripe suína, todos os parentes estão sendo medicados com remédios para gripe comum – o protocolo manda que, em casos suspeitos, enquanto o resultado do exame não sair, a medicação específica deve ser administrada.

A família de Maia questionou, ontem, o atendimento dado ao vigilante e também aos familiares. "Por que não fizeram o exame?", perguntava Paulo. "Mesmo que o exame dele dê negativo, havia fortes indícios de gripe suína. Ele deveria ter recebido um atendimento diferenciado", diz Paulo.

De acordo com a família, na quarta-feira Maia apresentou sintomas de gripe. Na sexta, procurou o Hospital e Maternidade Pinhais, que atende pelo convênio médico dele. O médico o encaminhou para uma unidade de saúde alegando "diagnóstico diferencial de H1N1". A família diz que Maia foi até a Unidade de Saúde 24 horas do Sítio Cercado, em Curitiba. Lá, segundo a família, teria sido medicado com remédio para gripe comum e liberado.

De acordo com a secretaria da Saúde de Curitiba, a avaliação clínica apontou que Maia tinha pneumonia. O médico que o atendeu pediu raio X do tórax, mas Maia teria ido embora. A família contesta a versão.

No sábado, com a piora do quadro, Maia teria procurado novamente o Hospital Pinhais, que o internou em um leito isolado. Na madrugada de domingo, a doença teria se agravado mais, sendo necessária a remoção para um hospital com Unidade de Terapia Intensiva. De acordo com as informações repassadas à família, a vaga, por meio da Central de Lei­tos, não teria sido obtida a tempo. Maia morreu às 8h30 de do­­mingo, de falência múltipla de órgãos, causada por pneumonia.

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